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27/02/2020     nenhum comentário

Terceirização no Irmã Dulce: paciente morre com pneumonia 9 dias após ser liberado de hospital em SP

José de Freitas ficou internado no Hospital gerenciado pela OS SPDM, em Praia Grande, de onde foi liberado para fazer o tratamento em casa. Dias depois, foi internado novamente após piora no quadro

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A família de José de Freitas Neto, de 41 anos, segue inconformada com sua morte, ocorrida em Praia Grande (SP).

 O rapaz, de 41 anos, recebeu o diagnóstico de pneumonia bacteriana, no dia 15 de fevereiro, no Hospital Irmã Dulce, gerenciado pela organização social SPDM.

Conforme reportagem do site G1, ele foi liberado, nove dias antes da morte, por falta de leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Isso mesmo. A família conta que o equipamento de saúde dispensou um doente em estado bastante vulnerável, alegando falta de um leito de UTI para tratá-lo adequadamente, de modo a evitar o agravamento do caso.

Inconformados, os parentes entendem que o ato configura negligência por parte da equipe médica. Resolveram procurar a imprensa para denunciar os fatos.

Infelizmente, estamos diante de mais um exemplo do que significa implantar OSs em serviços essenciais. Quando a terceirização entra em um hospital da rede pública de saúde a responsabilidade com a vida humana sai pela mesma porta. É incompatível cumprir as premissas do SUS, de acesso universal e de qualidade para todos, quando existe a busca por ganho econômico em cena. É é essa busca por lucro que tanto move  as empresas contratadas para operar unidades do sistema. Elas são qualificadas como OSs, mas continuam sendo empresas. Muitas, inclusive, com diversos problemas na Justiça envolvendo desvios de dinheiro público, superfaturamento, corrupção entre outros crimes.

Abaixo reproduzimos parte da matéria publicada no G1, no último dia 20. Para ler na íntegra, clique aqui.

José de Freitas Neto deu entrada na emergência do Irmã Dulce na madrugada do dia 4 de fevereiro, com febre e muita falta de ar. Ele passou por atendimento, no qual recebeu o diagnóstico de pneumonia grave, conforme informa a cunhada da vítima, Selma Braulino, que acompanhou o caso de perto. Após o diagnóstico, o homem foi levado para um quarto de isolamento, dentro da emergência, onde passou a receber oxigênio e soro com antibiótico.

Conforme relata Selma, o quarto estava todo úmido e cheio de vazamento. No dia 6, a esposa de José foi visitá-lo e o encontrou do lado de fora da emergência. “Por volta das 12h, a minha irmã foi visitar e soube que uma médica do plantão o liberou. Ele estava sozinho na rua, com os mesmo sintomas. Eles disseram que ele não precisava ficar no hospital, só receber inalações e que não tinha vaga na UTI”, conta Selma.

 Segundo a cunhada, a médica prescreveu 21 dias de inalações com medicação, que deveriam ser feitas em casa. Em oito dias de tratamento domiciliar, o homem não apresentou melhora e a família resolveu levá-lo novamente à uma unidade de saúde, desta vez na UPA Quietude, na manhã do dia 14.

“Quando viu o raio-x e que ele estava com 40 graus de febre, pressão alta e suando, o médico disse que o Irmã Dulce nunca devia ter liberado ele para fazer tratamento em casa”, afirma a cunhada. Ele foi internado novamente e encaminhado para a UTI do Hospital Irmão Dulce, onde foi entubado. O quadro de José evoluiu e ele não resistiu, morrendo no sábado (15).

“Ele morreu de insuficiência respiratória e tromboembolia pulmonar, devido a negligência da médica que falou para ele ir para a casa. Isso é um absurdo. A médica que liberou ele ceifou uma vida. Ela não quis saber se ele tava passando mal, se estava bem ou se não estava. Simplesmente liberou ele para fazer o tratamento em casa. Minha irmã está desolada com a perda do marido. E ele era filho único, então a mãe dele também está sofrendo muito”, desabafa.

Hospital

Em nota, a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce esclarece que o paciente recebeu todo atendimento requerido pelo caso. Ele deu entrada na unidade no último dia 4, foi medicado, realizou exames laboratoriais, raio-x e permaneceu em observação no isolamento aguardando resultados para confirmação de hipótese diagnóstica e melhor acompanhamento de seu caso. Após ser descartada a hipótese diagnóstica e melhora do quadro clínico, foi liberado para acompanhamento ambulatorial no dia 6 com prescrição de antibiótico e cuidados gerais.

No último dia 15, foi regulado pelo PS Quietude para a UTI do Irmã Dulce. Apesar de novamente receber toda a assistência e suporte necessários ao seu caso, o paciente apresentou piora em seu quadro de saúde, infelizmente evoluindo a óbito no mesmo dia. A direção do Hospital afirma permanecer à disposição dos familiares do paciente para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

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