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19/12/2018     nenhum comentário

SPDM impedida de assumir do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande (SP)

Execução de contrato de nova gestora foi suspenso pela Justiça, em processo movido pela atual OS, a Fundação do ABC.

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Um contrato de gestão da saúde pública é garantia de lucro certo para empresas especializadas em drenar os recursos do SUS.

Prova disso é a queda de braço entre a Fundação do ABC contra a Prefeitura de Praia Grande e a nova organização social escolhida para gerir o Hospital Irmã Dulce, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

Entre as OSs a briga é de peixe grande, já que ambas figuram na lista das que mais recebem recursos do Governo do Estado.

No caso em questão, como mostra reportagem do Jornal A Tribuna de Santos, a FUABC não gostou nada de ser colocada de escanteio pelo Município após anos de “parceria” em mandatos de Alberto Mourão (PSDB) e seus antecessores.

O contrato, que tem prazo de 5 anos, prevê repasses de R$ 136 milhões/ano. O valor global chega, portanto, a R$ 680 milhões. Claro que a FUABC não abriria mão desse filé.

O fato é que por conta de irregularidades nos contratos, a FUABC e a Prefeitura foram alvos de ações civis públicas e de várias condenações junto ao Tribunal de Contas do Estado. Era de se esperar que a dança das cadeiras começaria terceirização da saúde.

Para 2019, a Prefeitura abriu um novo chamamento público, no qual concorreu a FUABC, que perdeu para a SPDM. A Fundação alega que a ganhadora foi beneficiada. Abaixo a matéria do jornal A Tribuna com os detalhes. Mas antes, vale lembrar que a disputa em questão é uma guerra de interesses econômicos que em nada coadunam com o interesse público em ter uma saúde pública de qualidade, baseada nos princípios constitucionais da moralidade, economicidade e publicidade.

Para ler a matéria direto na página do jornal, clique aqui.

 

 

Justiça suspende execução de contrato de nova gestora do Hospital Irmã Dulce

Parceria firmada entre SPDM e Prefeitura de Praia Grande está suspensa até que sejam dadas explicações

O juiz Enoque Cartaxo de Souza, do Tribunal de Justiça de São Paulo, Comarca de Praia Grande, deferiu uma liminar suspendendo o cumprimento do contrato firmado entre a Prefeitura Municipal e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), para que a mesma realize a gestão do Hospital Irmã Dulce a partir de 2019.

O pedido de liminar foi requisitado pela Fundação do ABC, que administra o complexo desde 2008, tendo seu contrato renovado uma vez. Nas alegações aceitas pelo juiz, expostas em documento publicado na terça-feia (18), a mesma afirma que a seleção foi direcionada para que a vencedora pudesse ser a SPDM.

Além disso, argumentou que o valor apresentado pela empresa foi maior do que o estipulado pelo edital, acusando a concorrente de modificar a estrutura de serviços a serem prestados para fazer a adequação orçamentária, que lhe permitisse ser confirmada como vencedora do processo pela prefeitura.
Na liminar, o juiz deferiu uma tutela antecipada à Fundação ABC, o que, na prática, significa que o contato firmado entre prefeitura e SPDM está suspenso até que o processo seja concluído, ou pelo menos “até que venham as contestações” da administração, dando ao magistrado explicações sobre os pontos questionados.

O edital

A prefeitura publicou pela primeira vez o edital de seleção pública para definir a nova gestora do Irmã Dulce em 22 de maio, mas retificou e republicou o documento em 23 de julho.

Três meses depois, em 30 de outubro, a SPDM foi confirmada como vencedora do processo, tendo recebido 42 pontos. A Fundação ABC ficou em segundo, junto com a Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar (Pro Saúde), ambas com 38 pontos.

Elas recorreram da decisão, bem como a terceira colocada, o Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (Insaúde), realizando uma série de questionamentos sobre a classficação final, mas a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesap) negou todos, e homologou o resultado em 26 de novembro.

Pelo contrato de gestão, assinado na última sexta-feira (14) pelo município e a SPDM, e que tem validade de cinco anos a partir de 1º de janeiro de 2019, a prefeitura repassaria mensalmente à organização o total de R$ 11.330.304 para realizar a gestão do Irmã Dulce.

Respostas

A Tribuna On-line questionou a Prefeitura de Praia Grande sobre a decisão liminar. A administração informou que ainda não havia sido notificada oficialmente. Explicou, ainda, que “todo o processo licitatório transcorreu de forma transparente e dentro da lei”, e finalizou afirmando que, assim que receber a notificação, tomará as medidas “para evitar qualquer tipo de transtorno no atendimento à população”.

A Fundação ABC informou, por meio de nota, que o contrato mantido junto à Prefeitura de Praia Grande para a gestão do Complexo Hospitalar Irmã Dulce está em vigor, e que não foi informada sobre nenhuma mudança no mesmo. Sobre o pedido de liminar, a entidade esclareceu que solicitou judicialmente a desclassificação da SPDM devido ao valor apresentado pela mesma ser “muito superior ao previsto no edital”, e levando em consideração que o chamamento não permite negociações após a entrega das propostas.

O objetivo da organização é que a prefeitura convoque as segundas colocadas para apresentação de documentos, no caso a própria FUABC e a Pro Saúde, sendo que esta também foi alvo de contestação por parte da fundação junto à administração, juntamente com a proposta da InSaúde.

A atual gestora do Irmã Dulce finalizou o documento dizendo que tem buscado “tranquilizar os funcionários e manter o atendimento à população distante das questões políticas”, reforçando que permanecerá gerindo o hospital, “especialmente nesse período crítico de fim de ano, na assistência a toda a Baixada Santista e aos turistas que se deslocarão para o Ano Novo”.

Também em nota, a SPDM afirmou que “não foi intimada oficialmente sobre a decisão mencionada pela reportagem”. Além disso, a entidade informou que participou de uma convocação pública, realizada pela Prefeitura de Praia Grande. Segundo a SPDM, o trâmite foi “divulgado às Organizações Sociais de Saúde, para administração do Complexo Hospitalar Irmã Dulce”, e que foi declarada “habilitada por atender aos requisitos estabelecidos em edital”.

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