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18/06/2019     nenhum comentário

SPDM: Adolescente com tuberculose morre após ser liberado sem condições

Caso ocorreu no Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro; Prefeitura reconheceu que serviços prestados pela OS não são satisfatórios, mas aumentou valor dos repasses na semana passada

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Noticiamos dias atrás que a mesma organização social (OS) cuja atuação foi alvo de críticas da prefeitura do Rio de Janeiro foi beneficiada pela renovação do contrato para administrar o Hospital Pedro II, na capital fluminense.

Estamos falando da SPDM, uma empresa cujos serviços a administração municipal admitiu ser muito ruim. Veja aqui a notícia.

Pois bem, a empresa volta a ser destaque negativo na imprensa nacional, agora por um motivo ainda mais trágico. Envolve uma morte de um adolescente, com todos os indícios de negligência médica ocorrida dentro deste mesmo equipamento.

O caso foi denunciado pela família da vítima, no último dia 15.

Guilherme Gomes dos Santos, de 16 anos, foi atendido no Pedro II, onde foi diagnosticado com tuberculose. Ele deu entrada na última quarta-feira (5), mas acabou liberado no mesmo dia para se tratar em casa. A mãe do menino, Maria Cristina Santos, afirmou ao portal G1 que implorou por atendimento na unidade.

“Entrei lá na sala, pelos corredores, saí batendo nas portas pedindo médico. Disse ‘meu filho está com dor, não está aguentando andar, dor na cabeça’. A enfermeira tinha acabado de entrar no consultório como se nada tivesse acontecendo”, disse Maria Cristina.

“Ele estava cuspindo sangue, escarrando sangue, evacuando sangue e ninguém quis atender meu filho. Ele saiu daqui ainda com muitas dores, não estava aguentando andar. Ele falava ‘Mãe, socorro, minha cabeça está doendo, meu pulmão está doendo’”, completou a mãe.

Após ser levado para casa, o estado de saúde de Guilherme ficou mais grave. Os pais o levaram para uma UPA de Cabuçu, em Nova Iguaçu. Mas, não houve tempo para o socorro. Guilherme morreu uma hora depois de dar entrada na unidade.

“O médico falou para gente: ‘olha, você levou ele aonde? Parece que ele vinha sofrendo há muitos dias’. Falei ‘doutor, ele piorou de quinta para cá, nós fomos para o hospital Pedro II’. Ele falou: ‘era para ter internado esse menino lá, esse menino não tinha que ter vindo para cá. Esse menino era pra estar vivo porque aqui não deu tempo de fazer o que era pra ser feito, como uma UPA pode fazer um procedimento que um hospital grande não faz?’, lamentou o pai.

A direção do Hospital Pedro II disse que os exames feitos no Guilherme não indicaram a necessidade de internação.

Problemas se acumulam
O Hospital Pedro II passa por uma crise na administração que só piorou com a entrada da OS SPDM. A Prefeitura do Rio chegou a anunciar que a Rio Saúde iria assumir a unidade, já que os serviços da SPDM não estavam satisfatórios. No entanto, a Secretaria de Saúde informou que faltou dinheiro para mudar a gestão.

Assim, foi decidido que a empresa continuaria cuidando da unidade, mediante reajuste no contrato de R$ 11 milhões para R$ 14 milhões.

Um vídeo gravado no interior do hospital mostra uma sala cheia de camas vazias. Vinte e oito leitos de UTI do Pedro II estão fechados por falta de profissionais. Por causa disso, muitos doentes são liberados sem condições para alta médica.

Esse é o saldo da terceirização. Mortes e desfalques milionários nos cofres públicos. Só os empresários das OSs ganham com esse modelo de gestão.

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