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16/08/2019     nenhum comentário

Servidores usam mordaças para protestar contra OS em Hospital de MS

Vestidos com “mordaças” nas bocas, aproximadamente 70 pessoas, entre servidores do Hospital Regional e conselheiros estaduais de Saúde protestaram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

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Cerca de 70 servidores da saúde de Mato Grosso do Sul lotaram o plenário da Assembleia Legislativa do Estado, nesta quinta-feira (15), para dizer não ao repasse da administração do hospital regional (HR) para uma Organização Social (OS). Participaram também membros do Conselho Estadual de Saúde, que têm amplo conhecimento do quanto a terceirização prejudica a transparência no uso do dinheiro do SUS e impacta negativamente na qualidade dos serviços prestados à população.

Conforme afirmou à imprensa local o presidente do Conselho, Ricardo Bueno, o modelo de gestão que havia sido apenas sinalizado como possibilidade pelo secretário estadual de saúde Geraldo Rezende, agora foi confirmado durante confirmado em reunião.

Contrários à terceirização do HR, os servidores querem que os parlamentares façam uma ponte com a secretaria para discutir melhor o assunto.

Sabemos que a saúde é uma das áreas mais afetadas pela emenda 95, do “teto de gastos”, aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB), em 2016. A medida congela os investimentos durante 20 anos, que ficam limitados aos investimentos do ano anterior e, a partir de 2018, corrigidos apenas pela inflação acumulada conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A situação por si só está deixando os serviços sucateados. As dificuldades decorrentes do crônico subfinanciamento do SUS acabam sendo usadas como pano para que os governos justifiquem a entrada das OSs como uma solução.

O engodo nem sempre é descoberto a tempo. Uma vez terceirizados, os serviços tendem a piorar ainda mais, pois as OSs, com seus contratos milionários, consomem mais recursos, já que visam lucro. As unidades terceirizadas, no entanto, só acumulam mais problemas, a ponto de muitos governos que optaram pelo modelo começarem a admitir que terceirizar não é a solução.

Depois da manifestação, os deputados decidiram agendar uma audiência pública, com a presença do secretário de saúde, para esclarecer o projeto de parceria com OS e divulgar números de investimento e custeio.

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da Casa, deputado Antônio Vaz (PRB), a reunião pública será discutida com os servidores.

Mordaças

Os trabalhadores resolveram colocar mordaças pretas no protesto como protesto contra a permissão de usarem a tribuna da casa para explicar a situação.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Seguridade Social, Ricardo Bueno, declarou que Rezende informou valores repassados pelo estado para o hospital e que o secretário colocou a culpa nos servidores. “Ele disse que R$30 milhões são repassados, mas não é verdade”, afirmou.

O sindicalista frisou que transformar o hospital em organização social (OS) não funcionou em outras cidades. “Não funcionou em Ponta Porã, Chapadão, Dourados”, disse Bueno .

Atualmente, o Hospital Regional tem 2.200 funcionários e é 100% público. De acordo com Bueno, é o único hospital de porta aberta.

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