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17/05/2018     nenhum comentário

São Gonçalo terceiriza a saúde, mas serviço continua ruim

Pacientes se queixam de falta de humanização; funcionários dizem unidade não tem sequer oxigênio

sao-goncalo

Quando governos apresentam medidas que inserem terceirização na saúde pública, seja por meio de organizações sociais (OSs) ou qualquer outro instrumento de gestão (Parcerias Público Provadas, por exemplo), o discurso é sempre o mesmo: só o modo de trabalho das instituições privadas é capaz de trazer mais profissionalismo e eficiência.

Depois que a mudança acontece, é questão de dias para cada palavra do discurso ser desmascarada. Os custos ficam mais altos para o poder público. Os serviços ou permanecem ruins, ou até pioram. A população de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, já percebeu isso. É o que mostra a reportagem do jornal O São Gonçalo, reproduzida abaixo:

São Gonçalo terceiriza a saúde, mas atendimento não melhora

Serão gastos, ao menos, R$ 17 milhões com a medida

Em meio à crise que assola a saúde de São Gonçalo, amplamente divulgada como a falta de insumos simples como álcool, algodão e soro, a Prefeitura publicou, recentemente no Diário Oficial do Município, a contratação de Organizações Sociais (OSs), que serão responsáveis por administrar a o Pronto Socorro Central de São Gonçalo (PSCSG), no Zé Garoto, e o gerenciamento das ações e serviços de saúde no âmbito do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) e do Núcleo de Apoio à Família (NASF).

As vencedoras das licitações foram o Instituto de Desenvolvimento, Educacional, Social, da Saúde e Profissional (IDESP), no caso do PSCSG, e a Multi Gestão (IMG), para gerenciamento do SAD e NASF.

A IMG, que tem sede no Rio de Janeiro, receberá mais de R$17 milhões para atuar na gestão, gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde. O valor praticado para a IDESP de Teresópolis administrar o PSCSG, no entanto, ainda não foi publicado no Diário Oficial, mesmo a OS já tendo assumido o atendimento na unidade há uma semana.

A nova gestão chega com a promessa de melhoria e agilidade e caberá eles administrar tudo como, por exemplo, a compra de medicamentos, insumos, aquisição e conserto de equipamentos e contratação de mão-de-obra.

Atendimento pior

Mas apesar de ter assumido esse compromisso, os pacientes continuam reclamando e o serviço teria até piorado, já que o fator humano como carinho e cuidados com os pacientes não existe mais.

Com o pai internado há um mês na unidade, a dona de casa Mônica Faria Bizo, de 42 anos, vem sentindo na pele o que é dialogar com funcionários de uma OS. Pedro Correia de Moraes, 78, deu entrada com erisipela bolhosa nas pernas e, depois de internado, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e a falência múltipla dos rins. Pedro agora não anda e, mesmo assim, a indicação da OS é que ele retorne para casa.

“Eles tentaram transferir meu pai porque falaram que aqui na tem mais recursos. Nem soro estão dando para ele. Como não conseguiram transferir, falaram que darão alta. Como vou levar meu pai para casa e uma situação pior do que entrou? A chegada dessa OS gerou uma briga interna e quem sofre são os pacientes”, disse.

Um funcionário da unidade, que pediu para não ser identificado, disse que a nova administração não está dando conta do serviços e, neste momento falta até oxigênio.

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