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11/02/2020     nenhum comentário

Santa Portal: Homem não encontra remédio de alto custo, mas acha telefone para informações fora do gancho

Usuário não conseguia informações sobre o medicamento que precisava e resolveu chegar e até registrou o bocal do aparelho desconectado do gancho

telefone

A reportagem do site Santa Portal ilustra bem o desprezo pelos usuários incrustado na saúde pública quando nela opera a lógica privada, materializada pelos contratos de gestão com organizações sociais (OSs).

A matéria conta a história de um paciente que está pensando à espera de um medicamento de alto custo para seguir com seu tratamento. Na busca pelo remédio que pode manter sua saúde estável, ele acabou achando outra coisa. Flagrou um telefone para informações dos usuários fora do gancho. Um verdadeiro descaso com os dramas de quem paga impostos e quando mais precisa não é atendido.

Tudo isso aconteceu no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santos, que é um equipamento estadual, mas gerenciado de forma terceirizada pela OS Santa Casa de Pacaembú. Já fizemos algumas matérias neste espaço mostrando problemas e reclamações sobre a gestão desta entidade privada que leva muito dinheiro público sem devolver o atendimento adequado.

Confira abaixo e na íntegra a reportagem do Santa Portal:

Homem não encontra remédio de alto custo, mas acha telefone para informações fora do gancho

SAÚDE – Há um ano, um aposentado de 57 anos do bairro do Marapé, em Santos, recebeu o diagnóstico de colangite esclerosante, doença crônica do fígado causada pela inflamação e cicatrização progressivas das vias biliares intra e extra-hepáticas. Para combater o problema, ele precisa do remédio Ursacol 300. São três comprimidos ao dia, totalizando três caixas por mês. Se fosse pagar, seria um gasto em torno de R$ 600,00 a cada 30 dias.

Como se trata de um remédio de alto custo, o homem recorreu ao AME Santos (Ambulatório Médico de Especialidades), mantido pelo Governo do Estado, no bairro da Aparecida, em Santos. Ele recebeu por três meses, depois de conseguir por via judicial. Em fevereiro, o aposentado foi até o local para pegar mais caixas e não havia mais o remédio. Pediram, então, para que ele contactasse um número que informaria a respeito. Uma dor de cabeça já conhecida, segundo o homem.

“Ligava desde quinta-feira passada (6) e estava sempre ocupado. Quando consigo completar a ligação, toca até cair e ninguém atende”, conta o aposentado. “Sempre tive problemas com esse número”, completa.

Ontem, o homem foi novamente até o AME Santos e a informação era a mesma: de que a medicação não havia chegado e que ele telefonasse. Sem praticamente sair do local, o aposentado tentou novamente. Veio o sinal de ocupado. Foi quando o homem voltou e procurou o aparelho com aquela linha em uma sala onde é feita a entrega dos remédios de alto custo. Achou o telefone fora do gancho e até fez uma foto.

“Até quando seremos tratados com desprezo por alguns funcionários públicos?”, pergunta o aposentado. “Tenho familiares que são funcionários públicos e que merecem todo nosso respeito pela dedicação ao seu trabalho”, completa.

Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado respondeu em nota que o telefone é do Núcleo de Assistência Farmacêutica da Baixada Santista, para atendimento de pacientes com pedidos administrativos e judiciais – o setor fica na Avenida Epitácio Pessoa e o AME, na Rua Alexandre Martins, nas mesmas dependências. Há 500 pacientes cadastrados para atendimento nesse setor, que podem entrar em contato por telefone ou presencialmente.

A pasta acrescenta que a linha telefônica está funcionando normalmente e eventual dificuldade no contato pode estar relacionada ao volume de ligações recebidas e ao consequente atendimento para cada caso. O contato pode ser feito de segunda a sexta, das 8h às 12h30, ou presencialmente, das 8h às 15h30.

Quanto ao medicamento Ursacol, foi fornecido regularmente nos últimos meses e ele será orientado sobre a sua próxima retirada.

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