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11/05/2018     nenhum comentário

Raul Christiano e Ademário: defensores das OSs citados na Operação Prato Feito

Operação investiga fraudes e corrupção na área da merenda

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Em 2014, durante um Fórum que discutia como seriam entregues os serviços públicos de Santos para as Organizações Sociais (empresas especializadas em lucrar com políticas sociais e desviar recursos públicos), o então secretário de Cultura, Raul Christiano (PSDB), chegou ao cúmulo de justificar a entrada das OSs para diminuir os pagamentos de profissionais por chequinhos (pagamentos precários, por RPAs). Leia aqui.

Também foi o tucano quem assinou o termo de parceria entre a Prefeitura e a OS Poiesis (Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura), para execução de oficinas culturais de forma terceirizada. “Este tipo de parceria é muito benéfica para Cidade”, disse na época.

Anos depois, em 2017, Raul Christiano passou a trabalhar com Ademário de Oliveira (PSDB), prefeito de Cubatão, outro grande defensor das parcerias entre poder público e organizações privadas.

Christiano assumiu a pasta da Educação e hoje os jornais noticiam que seu nome está envolvido nas investigações que apuram um esquema de fraudes e corrupção com verbas de merenda, uniformes e material escolar. Em reportagens do Jornal A Tribuna e Diário do Litoral desta sexta-feira (11), o tucano aparece como tendo sido citado pelo lobista Eládio Magurno Correa Júnior.

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Segundo a Polícia Federal, Correa Jr solicita vantagem indevida a diversos empresários atuantes no ramo da merenda escolar. Ele teria afirmado representar os interesses do futuro secretário de Educação Raul Christiano. “Somente no dia 27 de outubro de 2016, o lobista Eládio fez pelo menos três ligações oferecendo ‘a merenda toda’ no Município de Cubatão”, aponta relatório da PF, de 354 páginas, assinado pela delegada federal Melissa Maximino Pastor.

“De fato, após assunção (ascensão) de Ademário como prefeito, Raul Christiano é nomeado seu secretário de Educação, o que torna verossímil (possível) que Eládio representasse os interesses do futuro secretário na época”, escreve a delegada.

A PF, que tem como provas áudios, pesquisas e análise do afastamento de sigilo bancário, cita tráfico de influência, tipificado no artigo 332 do Código Penal. Ela ressalta, contudo, a necessidade de aprofundamento das investigações para apurar a efetiva participação.

Raul Christiano e Ademário de Oliveira. Dois dos políticos mais aguerridos na defesa da atuação da iniciativa privada por dentro do estado, via terceirização de contratos para OSs. Uma relação realmente muito íntima entre o público e o privado. Vamos acompanhar os próximos capítulos.

Lembrando que as ligações entre a Operação Prato Feito e a terceirização da saúde para OSs também tiveram eco em outras cidades. Um dos investigados da PF, Carlos Maciel, é presidente da Fundação do ABC. A OS é detentora de grandes contratos com prefeituras paulistas, entre elas Santos (gestão da UPA Central) e Praia Grande (Hospital Irmã Dulce e Pronto Socorro). Saiba mais aqui.

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