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29/01/2019     nenhum comentário

PS gerido por instituto privado é acusado de negligência em Arujá (SP)

Idosa morreu no Pronto Atendimento em circunstâncias bastante suspeitas; seus estado de saúde se complicou devido a falta de estrutura e de material básico

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A organização social (OS) Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social (IDGT) está no centro de um drama na cidade de Arujá (SP). Familiares e amigos de uma paciente idosa que faleceu no serviço de Pronto Atendimento administrado pela entidade privada acusam a OS de ser responsável pela morte.

O contrato de terceirização da unidade onera os cofres municipais em R$ 27 milhões/ano. Recentemente publicamos aqui neste espaço matéria do jornalista Aristides Barros, mostrando como o modelo de gestão tem gerado um rastro de problemas na Cidade. Antes do IDGT, outras OSs produziram efeitos nefastos na rede municipal nos cofres municipais. Veja aqui.

Conforme relatou o Jornal Gazeta Regional, Maria Bernadete da Silva, de 66 anos, morreu na noite do último dia 14, na unidade de saúde terceirizada,  depois de passar aproximadamente três dias hospitalizada no local. O que motivou a internação da idosa foi o que familiares da vítima disseram ser negligência médica.

Veja abaixo os fatos descritos pela reportagem do Gazeta Regional:

“Segundo a explicação de familiares e amigos, a idosa chegou no último sábado (12) no PA Central com fortes dores e vômito. Ao passar pelo médico – que não teve seu nome revelado -, o profissional disse, segundo relatos de familiares e amigos, que ela estava com uma leve infecção na urina e deu a ela morfina.

Ainda de acordo com os familiares, a recomendação passada ao médico por uma das filhas da idosa foi de que o medicamento não deveria ser dado no vaso sanguíneo do braço, e sim no pescoço.

Depois de ser medicada com morfina, Maria Bernadete passou mal e ficou em observação. A orientação passada pelos profissionais da saúde daquela noite foi de que a idosa precisava ser entubada, no entanto, segundo familiares, a falta de um cateter prolongou os processos para entubar a paciente. Com o passar das horas seu quadro clínico piorou, mas depois de tanto esperar, a idosa pôde ser entubada.

Familiares da vítima disseram que no PA não havia agulha fina para atingir o vaso sanguíneo da idosa e uma das acompanhantes de Maria Bernadete disse que nem o medicamento omeprazol havia na unidade: “Eles precisaram comprar o remédio na farmácia”, fala uma das filhas da idosa.

ENTERRO – A vítima foi sepultada na tarde de terça-feira (15) no cemitério municipal II às margens da Rodovia Mário Covas, em Arujá. Familiares e amigos que acompanharam a luta da idosa nestes últimos dias se revoltaram com o caso e pela internet gravaram um vídeo.

Israel Antônio, 51, mais conhecido como Índio do Cachoeira, mora na cidade e é amigo da família e um dos militantes da saúde no município. À Gazeta ele disse que a situação é crítica e, com um celular, gravou o desabafo da família que disse que “nem cachorro merece ser tratado assim”. Em um dos relatos da família, no fim do sepultamento, uma das acompanhantes disse que o médico pediu perdão e a orientou tirar a idosa da unidade.

O QUE DIZ A SAÚDE – Em resposta ao caso encaminhada pelo WhatsApp, o IDGT (Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social), OSS (Organização Social de Saúde) responsável pelo Pronto Atendimento Central de Arujá, lamenta o ocorrido e informa que o caso passa por rigorosas apurações na Comissão de Óbito e no Conselho de Ética do Hospital.

“Todas as medidas necessárias serão tomadas e esclarecemos que durante todo o período que a família esteve na unidade todos receberam apoio do serviço social e da parte administrativa”, ressalta o Instituto.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou lamentar o ocorrido e que assim que tomou conhecimento do fato notificou o IDGT a prestar esclarecimentos possíveis e a realizar uma completa apuração do caso, acompanhado pelo co-gestor e secretário adjunto da Saúde, Martino Piatto.

A gestão de José Luiz Monteiro (MDB), o Zé Luiz, também assegurou que um relatório sobre o caso deverá ser finalizado amanhã (16). “Possíveis medidas administrativas a serem adotadas pela Secretaria da Saúde também dependem da conclusão da apuração do caso”, acrescentou.

O IDGT, que assumiu a gestão dos PAs Centro e Barreto e da Maternidade Municipal no dia 19/10/2018, mantém contrato com a prefeitura, por 12 meses, no valor global superior a R$ 27 milhões”.

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