Pressionada pela imprensa FUABC inicia demissões de parentes de diretor jurídico

A FUABC (Fundação do ABC), organização social que atua de forma terceirizada na gestão da UPA Central de Santos tem deixado os estoques de insumos e medicamentos da enfermaria, ortopedia  e farmácia vazios.

Os pacientes e acompanhantes relatam falta de gesso, algodão e até de remédios básicos como dipirona e paracetamol.

As queixas repercutem em matérias na imprensa local. Veja aqui, aqui e aqui.

Mas a penúria que pela qual as unidades geridas pela OS em Santos e demais cidades do estado de São Paulo não é sentida nem de perto por funcionários do alto escalão e seus parentes. Muitos com salários superiores até mesmo de prefeitos das cidades na qual a entidade atua de forma contratada.

Depois de muita pressão na imprensa, especialmente após reportagens do jornal Diário do Grande ABC, a coisa parece estar começando a mudar. Não nas unidades de saúde terceirizadas, que continuam com atendimento insatisfatório, mas no cabide de emprego com altos salários, que empregavam até cinco pessoas da mesma família.

De acordo com  matéria do Diário do Grande ABC (veja aqui), a OS teria iniciado na semana passada o processo de demissão de parentes do diretor jurídico da entidade, Sandro Tavares, e do médico diretor do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Santo André, Gilberto Palma.

A advogada Tatyana Mara Palma Tavares, mulher de Sandro, foi desligada da instituição no dia 25 de maio.

Especula-se que outros familiares possam sair da FUABC em breve. O Diário noticiou, em maio, que uma mesma família possuía cinco integrantes em funções cujos salários variam de R$ 5.472,22 a R$ 18.556,37 – juntos, esses parentes ganhavam R$ 58.817,30 por mês.

 

A organização pratica pagamento de supersalários

Reportagens do mesmo jornal mostrou no início do ano que alguns com contracheques da OS são superiores aos de prefeitos e governadores. A entidade  chegou a ter 22.424 servidores simultaneamente, sem dar publicidade a dados que deveriam ser públicos. E foi chamada em vários editoriais na imprensa do ABC de “caixa preta”.

Mais verba?

Essa é a entidade que traria excelência e um salto de qualidade no atendimento da rede de urgência e emergência de Santos, nas palavras do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Um ano e meio depois, vemos que tudo não passava de discurso vazio. Nem por isso  o agrado à FUABC deixara de existir. pelo contrário, segundo o secretário de Saúde, Fábio Ferraz, a FUABC deverá ser beneficiada em breve com um aditamento no contrato, que deverá elevar o valor dos repasses mensais. Hoje a entidade recebe até R$ 19,1 milhões por ano para deixar um rastro de reclamações dos pacientes que utilizam os serviços da UPA.