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28/09/2016     nenhum comentário

PF apreende avião de candidato a OS no DF

Desdobramento das investigações da Operação Maus Caminhos mostra que dono de OS e de empresas no Amazonas ajudou a fazer caixa 2 para a campanha do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg em troca de um futuro contrato de gestão em seu governo. Não por acaso, Rollemberg quer implantar OSs a qualquer custo na saúde.

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Quando dizemos que as OSs são um Petrolão tão estruturado quanto o que está sendo investigado pela Lava Jato, não é exagero.

Donos de OSs conseguem contratos milionários em Governos corruptos que implantam a terceirização porque ambos os lados têm muito a ganhar.  O empresário ganha pois assegura uma fonte importante de lucro fácil, e o político ganha ao receber fartas quantias para Caixa 2 de campanha.

Vamos aqui reproduzir uma notícia do Jornal de Brasília, publicada nesta terça-feira (27). Ela mostra mais um desdobramento da Operação Maus Caminhos, que noticiamos nos últimos dias.

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O mentor chamado de Barão das OSs, Mohamad Moustafa, foi preso acusado de desvio de recursos do SUS por meio do Instituto Novos Caminhos (INC). Com contratos milionários no Amazonas, ele tinha uma rotina intensa de luxo e pretendia entrar com tudo no mercado do Distrito Federal.

Entenda as conexões interestaduais que a sacanagem com dinheiro do SUS criou:

 

Operação da PF apreende avião de candidato a OS no DF

Carros de luxo, além de avião e helicóptero, foram apreendidos pela Polícia 

A Polícia Federal apreendeu uma aeronave que seria do médico e empresário Mohamad Moustafa, na Operação Maus Caminhos. Gestor da organização social Instituto Novos Caminhos, que pretende prestar serviços ao Governo do DF, Moustafa teria deixado o avião em questão à disposição da empresa amazonense Rico Táxi Aéreo, que doou R$ 500 mil à campanha do governador Rodrigo Rollemberg, em 2014.

O avião a jato ficaria à disposição da Rico Táxi Aéreo, que não retornou às ligações da reportagem, para locá-lo nos períodos ociosos.

Três instituições investigadas na operação – e que seriam controladas por Moustafa – doaram, juntas, outros R$ 600 mil, à campanha. A Sociedade Integrada Médica do Amazonas (Simea), a Salvare Serviços Médicos e a Total Saúde Serviços Médicos e Enfermagem figuram na prestação de contas de Rollemberg entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Preso pela Polícia Federal, Moustafa já tem um processo em andamento para qualificar o Instituto Novos Caminhos para atuar no DF. O governador já deixou claro que pretende implementar o modelo de gestão por organizações sociais das unidades de Saúde do DF. Mas enfrenta resistência dos servidores e dos deputados distritais, inclusive os da base aliada.

Moustafa, que comandaria um esquema de desvio de verbas da Saúde no Amazonas, usaria o dinheiro para adquirir bens de alto padrão – além do avião a jato, veículos importados, um helicóptero e imóveis caros. Conforme as investigações, Mouhamad exercia o controle das empresas Salvare, Total Saúde e Simea, geridas pelo Instituto Novos Caminhos para o desvio de dinheiro público.

Ostentação

O empresário preso também usaria o dinheiro desviado da saúde pública para investir em duplas sertanejas. A polícia investiga a empresa goiana Audio Mix, que gerencia as carreiras de duplas famosas no País, e seria usada para lavagem do dinheiro ilícito.

Superintendente da Polícia Federal, o delegado Marcelo Rezende disse, quando a operação foi deflagrada, que o dinheiro desviado da saúde era usado para “ostentar”. “Fica muito claro que o grupo ostentava elevado padrão de luxo muito acima da realidade de qualquer brasileiro e brasileira. Quase que algo cinematográfico, hollywoodiano”, afirmou, em entrevista à imprensa amazonense.

Artistas do gênero sertanejo frequentavam a casa do empresário em Manaus e ele era constantemente visto em festas e eventos do ramo. Já foi filmado em um camarote com a Mulher Melão e outras mulheres, durante uma das festas promovidas pela Audio Mix em Manaus.

A Operação Maus Caminhos foi deflagrada em 20 de setembro pela Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal, com objetivo de desarticular a organização criminosa que desviava recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Amazonas.

Do Buriti, as mesmas palavras

O Governo do DF limitou-se a dizer, por meio de nota, que todas as doações para a campanha foram devidamente declaradas à Justiça e podem ser consultadas por qualquer cidadão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Reafirmamos que o governador Rodrigo Rollemberg não possui qualquer vínculo com as empresas e pessoas citadas nas denúncias. Ressaltamos que as empresas investigadas não receberam recursos do Governo de Brasília”, diz o texto.

O discurso de que o governador nada tem a ver com Moustafa tem sido repetido pelo Palácio do Buriti, que não esclareceu ainda o motivo de instituições e empresas do Norte do País terem doado à campanha dele.

Sem salário

Trabalhadores do Instituto Novos Caminhos protestaram, ontem, em Manaus, por direitos trabalhistas. Lotados em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), cerca de 95 deles paralisaram os atendimentos. Ele estariam há três meses sem receber salário, vale-transporte e auxílio alimentação.

Os servidores temem que, com a investigação, fiquem sem receber os salários e os benefícios. À categoria, a organização social teria dito que não tem condições de pagar as dívidas com os trabalhadores.

O governo suspendeu os pagamentos à OS e a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas informou que cumpre a decisão judicial. Por meio de nota distribuída à imprensa local, a pasta informou ainda que busca mecanismos legais, junto à Procuradoria Geral do Estado (PGE) para solucionar as questões relativas aos pagamentos dos trabalhadores.

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