OS que comanda hospital de Campinas era presidida por atual presidente de companhia de Saneamento
Situação fere a Lei Orgânica do Município e denúncia está sendo apurada pelo Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público
O Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP (Ministério Público) está investigando a contratação de uma Organização Social (OS) pela Rede Mário Gatti, em Campinas.
De acordo com a denúncia, o diretor-presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Arly de Lara Romêo, já foi presidente desta instituição, mas deixou o cargo em setembro do ano passado.
A OS Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam) foi contratada para prestar fornecimento de serviços médicos no Hospital Ouro Verde por um valor de R$ 1,6 milhão. O contrato foi assinado no dia 11 de dezembro de 2018.
A denúncia foi feita pelo vereador Tenente Santini (PSD) e informava que Arly de Lara Romêo seria também diretor-presidente da OS, o que é proibido pela LOM (Lei Orgânica do Município).
O promotor Daniel Zulian, responsável também pelas investigações de desvios de verba pública do Hospital Ouro Verde pela OS Vitale, afirmou que vai analisar e apurar se há indícios de crime.
O contrato foi assinado por Ademir Medina Osorio, intitulado CEO da Cejam. Por parte do poder público, Marcos Pimenta, presidente da Rede Mário Gatti, foi o responsável pela assinatura.
Procurado pela imprensa local, o presidente da Sanasa informou que desde 14 de setembro de 2018 não faz mais parte da diretoria Cejam. Já a Prefeitura de Campinas informou que a A Rede Mário Gatti fez a contratação emergencial da Cejam, que ofereceu o menor valor entre as empresas concorrentes. Por sua vez, a Cejam informou que participou de processo licitatório no município de Campinas para prover serviços médicos à Rede Mário Gatti e que os profissionais mencionados não fazem parte da diretoria do Cejam desde 2018.