
Mais uma quadrilha que enriqueceu às custas do dinheiro do SUS e que se apresentava como organização social foi desmascarada no Brasil. Desta vez, no Estado de Pernambuco.
O Ministério Público do Estado (MPPE) abriu um inquérito para investigar o suposto desvio de 2,2 milhões de reais da organização social que administra o Hospital Miguel Arraes, do Governo do Estado.
Segundo despacho do promotor Fernando Falcão, o representante do MPPE “recebeu cópia de inquérito policial que aponta indícios graves de que, ex-Diretor Administrativo e Financeiro, além de Superintendente Geral do Hospital Miguel Arraes, em conluio com a esposa e seu amigo
pessoal, nos anos de 2016 a 2018, subtraíram para si quantia de R$ 2.237.707,30 (dois milhões, duzentos e trinta e sete mil, setecentos e sete reais e trinta centavos) da Fundação IMIP”.
Ainda segundo os autos do inquérito policial, a forma do suposto desvio “envolvia a emissão de ordens de pagamentos a profissionais autônomos falsas a pessoas físicas que não tinham prestado serviços ao Hospital Miguel Arraes, dentre elas o comparsa”.
No inquérito policial, é citada a utilização de contas-correntes de terceiros, que não sabiam que suas contas estavam sendo utilizadas para desviar dinheiro da organização social, destinado ao hospital estadual.
“A Fundação IMIP é uma Organização Social de Saúde que possui convênio com a Secretária Estadual de Saúde para operacionalização de gestão e execução de ações e serviços de saúde no HMA, sendo, portanto, seus administradores sujeitos à Lei de Improbidade Administrativa”, registrou o promotor Fernando Falcão, em seu despacho de 17 de janeiro.
O MPPE menciona também problemas na prestação de contas da organização social.
No despacho, o promotor menciona “a necessidade de dar continuidade às investigações e à coleta de informações para o esclarecimento dos fatos em apuração e adoção de eventuais medidas extrajudiciais e/ou judiciais para a solução de eventuais problemas na prestação de contas”.