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23/11/2017     nenhum comentário

“Não queremos o HU nas mãos de Dória e de nenhuma OS”

Em audiência pública, estudantes, médicos e parlamentares apontam desmonte do HU como obra do governador tucano e do reitor escolhido por ele, para entregar a gestão ao prefeito Doria e à terceirização.

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Reunidos em audiência pública para discutir novas formas de luta para salvar o Hospital Universitário (HU) do projeto de desmonte orquestrado pelo  governador Geraldo Alckmin (PSDB), médicos, estudantes, servidores da USP e parlamentares denunciaram o que está por trás da estratégia tucana: ao sucateamento da unidade para posteriormente entregá-la à gestão privada.

A audiência aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nesta quarta (22), e foi resultado do movimento dos alunos da Faculdade de Medicina (FMUSP), em greve desde o último dia 13, principalmente contra a redução no número de servidores no HU.

Os estudantes responsabilizaram o governador e ainda o atual reitor, Marco Antonio Zago, escolhido por Alckmin, que sempre defendeu a desvinculação do HU da universidade por julgá-la “um custo” desnecessário. Os presentes não pouparam críticas a outro afilhado do governador, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem planos de municipalização da instituição para transferi-la à gestão da organização social (OS) SPDM.

O hospital atende a toda a comunidade universitária e à população de diversos bairros e municípios vizinhos à capital paulista. Referência da região oeste da capital paulista, até 2013 prestava 282 mil atendimentos de emergência e 13 mil internações, além de 12 mil consultas ambulatoriais, 400 cirurgias, 3.543 partos, 140 mil exames de imagem e 965 mil exames laboratoriais custeados com apenas 8% da verba destinada à USP.

Como mostramos aqui no Ataque aos Cofres Públicos, na última terça (21), por conta desta política de desmonte, o Pronto Socorro Infantil da unidade deixou de atender a comunidade.

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O dirigente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) Gerson Salvador, que é infectologista do HU elogiou a luta dos estudantes. “Em greve contra o desmonte do hospital, os estudantes estão fazendo o que deveriam fazer a direção da FMUSP. Uma vergonha também é o reitor Zago, que não tem recursos para o HU, e sim para abrir curso novo de Medicina no campus de Bauru. Fora Alckmin, Fora Zago”,

Em sua fala, o médico formado pela  FMUSP, lembrou dos estudantes secundaristas, que em 2015, depois de ocupar escolas em todo o estado, fizeram Alckmin voltar atrás da proposta de reorganização e demitir o então secretário da Educação, Herman Voorwald.

Parlamentares lembraram ainda de outros hospitais universitários, que passam por dificuldades semelhantes por conta da política estadual de desonerações, que abre mão de recursos que poderiam financiar serviços de saúde e de educação, em favor de empresários.

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Alckmin abre mão de R$ 15 bilhões por ano ao favorecer grandes empresários. A situação chegou ao ponto de o TCE finalmente ter se visto obrigado a criar um grupo de trabalho para estudar a questão.

Entrega para OS

Integrante da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo, a vereadora Sâmia Bonfim (Psol) criticou o prefeito João Dória, que apesar de vir retirando recursos da Saúde, defende a municipalização do HU e as organizações sociais, como a SPDM, que deverá administrá-lo em caso de vinculação à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

“Estamos votando na Câmara o orçamento de 2018 e vemos que faltará recursos para a manutenção de muitos serviços públicos, mas não para as OSs, que são fábricas de ganhar dinheiro”, disse Sâmia, no momento em que Daniel Simões, chefe de gabinete do secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, deixava a audiência pública.

Segundo o integrante do Coletivo Butantã na Luta, Luiz Alexandre Lara, a gestão Dória vem negociando a incorporação do HU desde maio. No final daquele mês, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou que o hospital seria incluído na lista dos integrantes do programa Corujão da Cirurgia. “Há a ideia de transformar seu pronto-socorro em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com gestão da organização social SPDM, que contrataria médicos”.

Na manhã desta sexta-feira (24), haverá um ato em defesa do HU, no qual os manifestantes deverão abraçar o prédio do hospital localizado no campus da Cidade Universitária, no Butantan. A manifestação, que contará com passeata pelas ruas da região, está sendo convocada pelo Coletivo Butantã na Luta.

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