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10/12/2018     nenhum comentário

Mulher dá a luz no chão de hospital terceirizado por falta de atendimento

Não tinha médico de plantão disponível; profissionais estão com salários atrasados e sem 13º

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Por conta de atrasos nos salários e 13 º dos profissionais da Organização social (OS) Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), cenas lamentáveis começam a virar rotina no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, Rio de Janeiro.

Os reflexos graves da terceirização aparecem sempre com mais intensidade quando a empresa está prestes a ir embora do serviço, seja por decisão dela ou do poder públicos.

O Jornal O Globo publicou uma reportagem sobre uma mulher deu à luz no chão da recepção do Hospital sem qualquer apoio de equipes de saúde. Um vídeo foi feito e logo após o bebê vir ao mundo.

Sozinha, ela foi neste domingo, por volta de meia-noite, até a unidade entendendo que estava em trabalho de parto. Aguardou por mais de uma hora que algum profissional da área de obstetrícia viesse dar os primeiros atendimentos. Isso não aconteceu. Veja abaixo os principais trechos da reportagem de O Globo ou clique aqui para ler na íntegra.

De acordo com relatos de funcionários da unidade, não havia médico nem enfermagem no plantão, apenas recepcionista, maqueiro e segurança. O número de faltas nos plantões tem sido alto. Os funcionários estão com o salário de novembro atrasado e sem previsão para receber o 13º.

Em um vídeo gravado por pessoas que também aguardavam atendimento é possível ver a preocupação da mãe com a criança, que demorou a chorar. Sentada no chão, sobre uma poça de sangue, ela tenta massagear as costas do recém-nascido, até que chega uma profissional de enfermagem e leva a criança.

“O quadro de funcionários estava escasso no domingo. A gestante chegou e ficou esperando atendimento por uma hora ou mais e nada de médico atender. O bebê desceu pelas pernas dela, que pariu no chão”, relata um funcionário, que prefere manter o anonimato por medo de represália.

Segundo ele, no domingo, só havia recepcionista, maqueiro e segurança na entrada da emergência do hospital de Santa Cruz, que administrado pela organização social (OS) SPDM. A técnica de enfermagem responsável pela triagem havia sido remanejada para outro setor, para cobrir a falta de funcionários.

– Quando chegava alguém grave, a recepcionista ficava chamando a técnica de enfermagem. A palavra que resume a situação, neste domingo, no Hospital Pedro II é caótico. E se continuar sem pagamento, a tendência será só piorar – afirmou ele.

De acordo com funcionários do hospital, o bebê foi levado para a UTI neonatal do Pedro II.

Em nota enviada pela Secretaria municipal de Saúde, a direção do Hospital Pedro II informou que a “gestante chegou ao hospital no período expulsivo do trabalho de parto, sem que houvesse tempo para que fosse levada ao centro obstétrico”. Ainda segundo a nota, o bebê nasceu com 36 semanas e se encontra sob cuidados médicos. O recém-nascido e mãe passam bem.

A direção do hospital afirma que, “na hora em que a mãe estava aguardando atendimento, quatro médicos obstetras estavam na unidade atendendo outras gestantes, além de três pessoas da equipe de acolhimento”.

Mais um grave exemplo do absurdo que a entrega dos serviços de saúde às organizações sociais (OSs) causa aos cofres públicos. Na época da abonança de arrecadação, as OSs fazem a festa. Quando os recursos vão minguando e a fonte de desvios de recursos seca, a população que se dane.

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