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25/09/2018     nenhum comentário

Ministério do Trabalho interdita Hospital terceirizado por falta de insumos e medicamentos

Após denúncias de médicos e enfermeiros, o órgão realizou auditoria no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO)

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Falta tudo do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), em Goiás. O equipamento, pertencente à rede estadual de Saúde, é gerido de forma terceirizada pela a organização social Instituto Gerir.

A situação tem provocado paralisações dos profissionais, que temem pela segurança para trabalhar, já que faltam materiais básicos e medicamentos de vários tipos. De acordo com as denúncias faltam antibióticos, dipirona, soro, seringa, agulhas e até gaze.

Outra questão apontada foi a falta de médicos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo os depoimentos, o “acúmulo de tarefas somado à carga de trabalho do médico da UTI do Hugo potencializa os riscos de acidentes do trabalho e acidentes envolvendo os pacientes”.

Por conta de denúncias de enfermeiros e médicos, a  Superintendência Regional do Trabalho no Estado (STRE/GO) determinou, nesta segunda-feira (24), a interdição das atividades médicas, de enfermagem e farmacêuticas.

Em parecer divulgado após uma auditoria, a STRE detalha que a unidade sofre com falta de insumos e remédios que “colocam em risco grave, iminente e recorrente” a vida dos profissionais que atual no local.

Por conta da interdição, o Hugo precisa apresentar, até a próxima quarta-feira (26) um plano de emergência para reduzir a admissão de novos pacientes, além de criar “protocolos emergenciais” para que os pacientes internados sejam atendidos dentro do previsto pelas regras de segurança do trabalho.

Representantes fiscais do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) também estiveram no hospital para verificar as denúncias e lá constaram que as mesmas procediam.

Em conversa com os diretores, os fiscais foram informados que a falta de repasse dos recursos por parte do governo – ou, em alguns casos, o fracionamento do valor – tem “prejudicado gravemente a aquisição de medicamentos e insumos”. Por isso, a direção precisa “escolher” quem pagar.

Segundo a OS, a dívida gira em torno de R$ 20 milhões.

Tragédia anunciada

O equipamento estadual foi terceirizado pelo Governo para uma organização social, com a promessa de atingir níveis melhores de eficiência. A alegação foi de que o modelo de gestão é mais ágil porque a manutenção é menos burocrática.

Como sempre, a realidade se impõe e desmente os discursos dos políticos entusiastas da terceirização. O custeio é sempre mais alto com as organizações sociais (OSs), já que elas são entidades privadas, portanto atuam sob a ótica do lucro. Com a crise econômica, de arrecadação e com o congelamento do teto de gastos com saúde aprovado recentemente, manter em dia os altíssimos repasses para as terceirizadas é praticamente impossível. Assim, as OSs passam a restringir ainda mais o acesso, atrasam os salários já baixos dos funcionários, deixam faltar insumos básicos e assim por diante.

Depois, quando há a cobrança popular, dizem que não o que fazer. Estão aguardando a regularização dos repasses. Os governos também lavam as mãos, ao invés de reconhecer que a terceirização foi um ato irresponsável. Isso sem falar em outros efeitos nefastos, como os desvios de dinheiro para finalidades que nada têm a ver com a saúde, superfaturamento na compra de materiais etc.

 

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