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26/01/2015     nenhum comentário

Mesmo com liminar da Justiça, paciente morre em maca improvisada

Mesmo com decisão judicial determinando atendimento adequado, dona de casa morreu depois de ficar à espera de vaga em UTI em uma maca improvisada, sem lençol e sem acesso à exames e tratamento correto.

Sem um leito hospitalar digno, sem tratamento e diagnósticos adequados, a dona de casa Amália Soares Amorim, de 63 anos, foi mais uma vítima da ineficiência em unidades médicas geridas por Organizações Sociais de Saúde (OSS) no Rio de Janeiro.

Conforme registrou a reportagem do G1, Amália deu entrada na UPA de Botafogo, em Nova Iguaçu, no dia 23 de janeiro, com uma situação de saúde muito delicada. A filha teve de enfrentar uma via crucis para garantir uma vaga em UTI. Conseguiu, inclusive, uma decisão da Justiça, obrigando o município e o governo do estado a oferecerem o tratamento para salvar a idosa.

A vaga não veio e dois dias, depois, a mãe morreu sem diagnóstico e atendimento adequados, numa maca improvisada como leito.

“Estava no plantão judiciário, no Rio, pela segunda vez, quando fui informada que a minha mãe tinha falecido. Eu fiz tudo que pude, lutei desesperadamente pela vaga e não parei um minuto, mas não adiantou”, afirmou a comerciante Andreza Soares Amorim, de 38 anos.

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Amália morreu em decorrência de um acidente vascular encefálico. O derrame, segundo a família, era a suspeita dos médicos para as fortes dores de cabeça da idosa e o posterior estado de coma no qual ela entrou. No entanto, como não havia equipamento disponível para o exame de tomografia computadorizada, ela foi tratada somente com remédios para dor de cabeça e para o controle da pressão arterial, até morrer no domingo.

‘O tratamento que ela recebeu foi apenas um paliativo. A impressão que temos é que ela ficou na UPA esperando a morte. Não tinha nem lençol. Ou a gente forrava a maca ou cobria a minha mãe” reclamou Andreza.

A decisão da Justiça foi expedida na madrugada de domingo pela juíza Larissa Nunes Pinto Sally. Segundo com o Tribunal de Justiça, a prefeitura e o estado foram intimados.

A UPA de Botafogo, em Nova Iguaçu, é gerida pela Organização Social de Saúde Instituto Data Rio, mas quem respondeu os questionamentos da reportagem foi a Secretaria Estadual de Saúde e a Prefeitura de Nova Iguaçu.

A assessoria da Secretaria estadual de Saúde informou que a busca pela vaga começou quando Amália deu entrada na UPA, mas o seu quadro de saúde piorou no sábado, impossibilitando a transferência.

Já a Prefeitura de Nova Iguaçu alegou que o Hospital da Posse, único do município com leitos disponíveis em UTI, não recebeu nenhuma solicitação de vaga para promover a transferência da idosa.

Em Santos, onde a legislação autorizando o modelo de gestão das unidades de saúde por OSS foi aprovada, a Prefeitura se prepara para credenciar entidades que ficarão responsáveis pelo atendimento de quem precisa do SUS para viver.

As OSS são como qualquer outra empresa: visam lucro. A diferença é que todo o investimento em construção de unidades ou reformas e manutenção é feito com o dinheiro da população. Quando mais precisa dos serviços é ela quem sofre.

Não podemos deixar que ocorra aqui o mesmo que tem acontecido em unidades públicas do Rio de Janeiro e em diversas outras cidades do Brasil.

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