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02/10/2017     nenhum comentário

Médicos contratados por OS em Campinas entram em greve contra redução de salários

Trabalhadores estão com salários atrasados e sem as condições adequadas para o atendimento da população.

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Já são aproximadamente 80 o número de médicos residentes do Hospital Ouro Verde, em Campinas, que decidiram dar um basta aos atrasos de salários e tentativas de redução das remunerações. Contratados pela Organização Social Vitale, eles entraram em greve por tempo indeterminado na última quarta-feira (27).

Na semana passada eles fizeram um protesto em frente ao hospital.

Os profissionais denunciam, entre outros problemas, falta de insumos básicos no serviço e equipamentos quebrados, como um tomógrafo, além de três meses sem cirurgias de cataratas realizadas.

Outra queixa dos residentes é a irregularidade na preceptoria. Médicos que orientam os residentes não comparecem ao trabalho devido à falta de remuneração.
“Quando prestaram as provas de residência, esses médicos esperavam ter condições mínimas de aprendizado no Ouro Verde. Mas a realidade se mostrou diferente e hoje eles estão sendo privados de realizar procedimentos simples por falta de insumos ou por equipamentos quebrados”, destaca Casemiro Reis, presidente do Sindicato do Médicos de Campinas e Região (Sindimed).

As deficiências no serviços, segundo a Prefeitura de Campinas informou à imprensa, não se devem à falta de repasses, que estariam sendo efetuados em dia à Vitale. A administração frisou que tem cobrado que o “atendimento seja mantido com qualidade”.

“O repasse deste convênio está em dia. A Prefeitura cobra da Vitale que o atendimento à população seja mantido com qualidade, conforme estipulado no contrato. Sobre a relação de trabalho, cabe à Vitale solucionar”, diz o Governo de Campinas em nota.

Sem endoscopia

O setor de endoscopia, segundo mostrou a mídia local, parou de funcionar na terça (26). Médicos com contratos de pessoa jurídica (PJ) daquela área cruzaram os braços, negando-se a ter redução nos salários, conforme estaria propondo a OS.

A organização social (OS) busca reduzir custos de todos os médicos contratados como PJ, mas não informou valores e nem o número total de profissionais nesta situação.

O Sindimed informou que, ao contrário do que disse a Vitale, os médicos que paralisaram não foram informados sobre um acordo envolvendo a redução de salários. E que as remunerações dos PJ estão com três meses de atraso.
Crise no hospital
Em agosto deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realizou fiscalização no Hospital Ouro Verde e abriu sindicância para apurar problemas na estrutura e no atendimento da unidade com gestão terceirizada.

Na época, o Conselho confirmou falta de material hospitalar e atrasos no pagamento de ex-colaboradores do hospital. Funcionários da unidade protestaram por conta da falta de estrutura e de problemas relacionados ao pagamento de salários.

Segundo a OS, as demissões ocorridas nos últimos meses fazem parte da redução de custos que o hospital busca para se manter, e os valores pendentes serão pagos após o recebimento de repasses da Prefeitura. Mas, de novo, a administração municipal informou que não há nenhum repasse pendentes para a Vitale.

Quem está falando a verdade? E qual é a verdade? A verdade é que terceirizar para OS sempre sai mais caro. O motivo é simples. Como empresas intermediárias, as OSs querem obter sua margem de lucro. O lucro é enrustido, pois oficialmente as entidades não podem ter “fins lucrativos”.

Com intermediários os serviços ficam mais caros e menos eficientes. Já os governos terceirizam mesmo assim pois estão interessados em não ter que abrir mais concursos, burlando assim a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita as despesas com folha de pagamento em até 53%.

Nessa equação perniciosa, quem fica no negativo é sempre a população que depende dos serviços, os cofres públicos e os trabalhadores terceirizados com contratos mais precários.

 

 

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