Médico de OS é denunciado por cobrar consulta em hospital público

A Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, a mesma que atua no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santos, como gestora contratada do Governo do Estado, terá de se explicar às autoridades policiais e à opinião pública.

Um de seus médicos contratados, em serviço no Hospital Municipal Antônio Giglio, em Osasco (SP), foi flagrado cobrando pela consulta dentro do equipamento público.

O Hospital tem sido alvo de publicações na mídia local por conta do elevado número de mortes registradas na instituição. De junho a agosto foram 250 mortes.

Por conta desta nova denúncia, o Hospital foi alvo de uma ação policial que investigou a conduta inadequada do médico ortopedista.

Veja trechos da reportagem do site Oeste Paulista Notícias, sobre o caso:

Com dores no pé e com dificuldade em caminhar, Mara Regina de Oliveira, procurou o pronto socorro ortopédico do HMAG, na sexta-feira (15). No Hospital foi atendida pelo médico ortopedista, Dr. Ricardo A.A. Santos. Durante a consulta o médico, segundo Mara Regina, propôs fazer o procedimento necessário caso a paciente pagasse R$100,00 (cem reais).

“Fiquei indignada. A vontade era bater nele, mas sei que a gente não pode perder a razão. Eu fui procurar um hospital público e não uma clínica particular. Eu tenho 42 anos, nunca na minha vida havia passado por isso. Decidi denunciar porque a gente não pode deixar que as coisas aconteçam desse jeito”, comentou Mara Regina.

Diante da situação, segundo o site Oeste Paulista Notícias, Mara Regina foi orientada por representantes ligados à oposição do governo municipal, a pagar a consulta e anotar a frequência numérica das notas fornecidas para provar a extorsão. A Polícia Militar foi acionada e acompanhou a ação.

O médico e a paciente foram encaminhados ao 5º Distrito Policial de Osasco onde um inquérito será aberto para investigar o caso. O ortopedista envolvido no caso prestou esclarecimentos e foi liberado. O Hospital Municipal Antônio Giglio que é gerido pela Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, que assumiu a administração do hospital em fevereiro de 2019.

Não esquecer

O Sistema Único de Saúde (SUS) está ancorado em três princípios fundamentais: universalização, equidade e integralidade, assegurando o acesso à saúde a todas as pessoas, diminuindo as desigualdades e atendendo a todas as suas necessidades. Considerado um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública no mundo, o SUS deveria garantir acesso integral, universal e gratuito para todos os que o utilizam.

Cada vez mais o sistema vem sendo atacado pela terceirização e privatização dos serviços, por meio das organizações sociais, empresas muitas vezes com histórico repleto de irregularidades investigadas.

Ao mesmo tempo, nas unidades e serviços que ainda funcionam de forma direta, os governos têm deixado de investir, seguindo a estratégia já conhecida dos governos privatistas de “sucatear para privatizar/terceirizar”.