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14/03/2018     nenhum comentário

Maracutaia envolvendo OS: Lava Jato prende diretor de polícia e ex-secretário de Cabral

Instituto Primus foi beneficiada para ganhar contrato em licitação com cartas marcadas. Outra entidade que atuou dentro da fraude é a Putzgrila

primuss

A terça-feira (13) teve mais 7 prisões dentro da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. E desta vez tem organizações sociais envolvidas no esquema. As prisões envolvem fortes suspeitas de roubo de dinheiro do café da manhã de presídios.

Seria cômico se não fosse trágico o fato de que uma das entidades ligadas à maracutaia chama-se Putzgrila. É isso mesmo. Os procuradores da Lava Jato afirmam que a quadrilha teve a ousadia de usar um instituto chamado Putzgrila numa licitação que apresentou uma proposta falsa só para garantir que outra organização que já estava no esquema de cartas marcadas ganhasse a concorrência.

A Iniciativa Primus foi a vencedora da concorrência com objetivo de fornecer o café da manhã e o lanche dos presos entre 2010 e 2015. A Primus lucrou milhões, mesmo sendo oficialmente classificada como organização sem fins lucrativos.

A OS instalou máquinas de fazer pão nos presídios, mas não pagava pelo espaço, pelos ingredientes nem apresentou comprovantes dos serviços prestados ou do pagamento da mão de obra dos detentos. Assim, o Estado do Rio acabou pagando o fornecimento dos lanches em duplicidade: uma pela matéria-prima, outra, pelo pãozinho.

De acordo com o Ministério Público Federal, a fraude envolveu R$ 73 milhões. O Jornal Nacional já tinha revelado o esquema, com exclusividade, em agosto de 2017. Veja aqui.

A matéria conseguiu, por meio da Lei de Acesso à Informação, as informações e endereços  da OS e também descobriu que o verdadeiro dono da organização social sem fins lucrativos. Tratava-se de um sócio oculto: Felipe Paiva.

Ainda conforme a reportagem, uma outra empresa do mesmo Felipe Paiva já tinha sido proibida de receber repasses do Estado por conta de irregularidades na prestação do mesmo serviço.

“O Felipe Paiva, vendo que não poderia continuar em seu nome, cria uma entidade em nome de um terceiro e, com ela, dá continuidade às atividades e continua recebendo o dinheiro do Estado”, detalhou a procuradora da República Fabiana Schneider.

O rapaz está foragido. Ele consta na lista dos que deveriam ser presos nesta nesta terça-feira (13). Seu paradeiro ainda não foi localizado.

Segundo os procuradores, além de fraude e superfaturamento dos contratos, o esquema contava ainda com lavagem de dinheiro, envolvimento de laranjas, empresas de fachada e compra de bens de luxo.

Uma das empresas investigadas é o Esch Café, tabacaria sofisticada com filiais no Rio e em São Paulo. Um dos principais suspeitos de saber e participar de todas as irregularidades é o ex-secretário de Administração Penitenciária, que foi preso em sua residência. César Rubens Monteiro de Carvalho ocupou a titularidade da pasta nas duas gestões de Sérgio Cabral e na de Luiz Fernando Pezão, até março de 2015.

Conforme o Ministério Público, César Rubens Monteiro de Carvalho tinha uma casa de câmbio, que era usada para lavar dinheiro e fazer remessas de valores ao exterior.

E outra novidade do esquema foi o uso da moeda virtual, a bitcoin. Luiz Henrique Casimiro, superintendente-adjunto da Receita Federal no Rio de Janeiro, explicou que as remessas eram feitas para o exterior com compras de bitcoin lá fora. “A ideia, eu tenho a impressão, era tentar receber dinheiro do exterior usando esse instrumento, que não é regulado na maior parte dos países”, disse.

Delegado preso

Também foi detido nesta terça o chefe das Delegacias Especializadas, Marcelo Martins e o pai. Eles já foram sócios da casa de câmbio investigada.

Pesa contra o delegado a suspeita de uso do mesmo esquema de lavagem do ex-governador Sérgio Cabral: uma rede de concessionárias recebia dinheiro sujo da quadrilha e repassaria para ele por meio de contratos falsos de consultoria.

Um delator ouvido pelo Ministério Público Federal disse ainda que Marcelo Martins recebia uma mesada de R$ 5 mil de um operador financeiro de Sérgio Cabral.

O nome dessa Operação é “Pão Nosso”. Dentro da Lava Jato, a ação é uma parceria entre o Ministério Público Federal e o Estadual.

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