23/03/2015
nenhum comentário Hospital gerenciado por OSS avisa família por engano que parente morreu
Família só percebeu o erro quando foi vestir a falecida para o velório. Prefeitura diz que vai investigar e punir os responsáveis pelo engano.
Seria cômico se não fosse trágico. A história que mostramos agora vai especialmente para os defensores das privatizações, que argumentam que o serviço público é desprezível e, por isso, devem ser mesmo entregue à iniciativa privada.
De acordo com o G1 e o telejornal Bom Dia São Paulo, um Hospital Municipal de São José dos Campos, administrado pela Organização Social Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), fez uma trapalhada enorme.
Flávio Correia da Silva foi avisado por uma funcionária do Hospital Municipal, às 4h deste domingo (22) que a mãe dele, Maria Aparecida da Silva, de 80 anos, havia falecido. Ela foi internada no hospital há uma semana, depois de sofrer um AVC. “A equipe médica nos recebeu e disse que ela estava em óbito. A emoção apertou, pegamos os documentos e os familiares de longe foram comunicados. Ao trazer a roupa que a funerária precisa para fazer o enterro, foi constatado que houve erro da equipe médica”, explica Flávio.
Segundo a reportagem, o hospital forneceu um atestado de óbito, com o nome e os dados de Maria. O documento, assinado pelo médico Felipe Gonçalves, informava que a paciente morreu durante uma cirurgia para retirada de um tumor. Com o choque da notícia da morte, a família não percebeu esse detalhe e acabou passando por momentos profundamente dramáticos sem necessidade.
Transtorno
Com a guia de sepultamento em mãos, os filhos pagaram cerca de R$ 600,00 para o cemitério preparar a lápide da família. Parentes de Minas Gerais e de Goiás foram avisados da morte.
Os filhos da idosa só descobriram que o hospital tinha cometido um erro quando foram até a funerária e constataram que o corpo era de outra pessoa. “Ao entrar, sem descobrir o corpo já notifiquei que não era a minha mãe. Confirmei que não era ela e imediatamente viemos ao hospital, vimos que ela estava bem e outra equipe médica pediu desculpas, o que é difícil para gente aceitar. Foi difícil até comunicar isso, temos familiares de longe que estão em viagem. Acho que é preciso uma punição. Esse erro não pdoe ser cometido”, disse Flávio.
A família da paciente registrou um Boletim de Ocorrência contra o hospital. Em nota, a Secretaria de Saúde e a administração do Hospital Municipal informaram que estão averiguando o erro cometido e instaurando um inquérito administrativo para apurar e punir os culpados pelo inconveniente causado à família. Informaram também que estão prestando auxílio à família.
Absurdo
Erros grosseiros como esse servem para mostrar que a solução da péssima qualidade da saúde pública não é a terceirização ou privatização dos serviços. Gestões mais profissionais e comprometidas com o bom atendimento à população dependem de vontade política de quem foi eleito justamente para cumprir esse papel. OSs são empresas e empresas visam apenas lucro.
Além do mais, a SPDM coleciona um histórico extenso de irregularidades constadas ou investigadas pelas autoridades ligadas à saúde e à Justiça. Confiar serviços essenciais a esse tipo de instituição é, no mínimo, uma irresponsabilidade.
Veja alguns dos casos envolvendo a Organização Social SPDM:
SPDM envolvida em denúncias de crimes contra a economia
SIMESC protocola denúncia ao MPT contra SPDM
Negligência? Duas gestantes e um bebê morrem na mesma semana em maternidade gerenciada por OSS