Governo mantém OS no comando de hospital após admitir que serviços prestados por ela eram péssimos
SPDM é a OS favorecida, a mesma que atua na UPA da ZN de Santos; Prefeitura do Rio ainda vai bancar repasses maiores para a empresa, que segue na gestão do Hospital Pedro II
A toda poderosa SPDM, organização social com diversos problemas no histórico de serviços prestados para o poder público em São Paulo, segue firme na gestão de um hospital municipal do Rio de Janeiro, mesmo após a Prefeitura do Rio dizer que a gestão do equipamento é ruim e que a população tem sido mal atendida.
O governo do Rio decidiu manter na gestão do Hospital Pedro II, na Zona Oeste, a OS SPDM. Renovou o contrato, como mostrou o RJ2 desta quarta-feira (12), por um valor maior do que era antes praticado.
As negociações de bastidores não beneficiarão nem os usuários e nem os cofres públicos. De acordo com reportagem publicada pelo site G1, o acordo firmado permitirá que a empresa receba, durante 1 ano, R$ 14,4 milhões por mês. São R$ 3 milhões a mais do que o acordo anterior. A prefeitura informou que o aumento é referente à inflação e ao reajuste do piso salarial dos funcionários.
“Todos os funcionários do hospital seriam demitidos e entrariam em aviso prévio no fim do mês passado, quando a prefeitura anunciou que a RioSaúde, empresa do município, assumiria a administração do Pedro II. O motivo seria a baixa qualidade dos serviços prestados.
A substituição valeria a partir desta quarta, mas na tarde de terça-feira (11) tudo mudou”, pontua o portal de notícias.
E segue, informando: “A Secretaria de Saúde informou que, por causa de outras rescisões contratuais necessárias, faltou dinheiro pra fazer a troca de gestão no Pedro II. E a empresa com serviços considerados ruins pelo própria prefeitura vai continuar”.
A diretora do sindicato dos enfermeiros reclama de atrasos nos pagamentos. E há também problemas na execução das obrigações contratuais. O G1 ressalta que no diário oficial do município de terça, a Secretaria de Fazenda publicou um relatório da prestação de contas das organizações sociais:
“Das dez unidades hospitalares administradas pela SPDM, o Hospital de Santa Cruz foi o segundo com mais problemas. Foram 18 “fragilidades”, como consta no relatório.
Entre elas, ausência de comprovantes de pagamento e fiscais, despesas pagas em duplicidade e falta de preços nos contratos de serviços. Na área de pessoal, funcionários cadastrados não apareciam na folha de controle de pagamento.
Vistoria flagra falhas
A Defensoria Pública fez uma vistoria no hospital em abril e constatou falhas. Nas salas amarela e vermelha da emergência, o número de pessoas atendidas ultrapassava em 4 vezes a capacidade por falta de leitos pra internação.
O relatório recomenda a contratação de enfermeiros, técnicos e médicos. Além da compra de material hospitalar.
Favorecida com o aditamento no Rio de Janeiro, a SPDM é a mesma OS que atua na gestão da UPA da Zona Noroeste de Santos. A unidade, inaugurada há 4 meses, ganhou as páginas dos jornais após ocorrência de uma morte suspeita. Uma dona de casa com sintomas de infarto acabou morrendo na recepção, após o sistema de classificação avaliar seu caso como de menor gravidade. Ela esperou horas por uma consulta.
Todos os dias há queixas de demora para assistência, poucos e inexperientes profissionais, falta de resolutividade, falta de medicamentos, desorganização no sistema de classificação e acesso, entre outros.