denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
07/05/2018     nenhum comentário

FUABC já recebeu R$ 43,3 milhões por gestão da UPA reprovada pelos usuários

Unidade, terceirizada para a OS do ABC Paulista, vive momento crítico com serviço questionado pela população

upa-27-04-18

Administrada pela organização social (empresa) Fundação do ABC, a UPA Central de Santos já custou R$ 43.328.714,18 aos cofres públicos, sem trazer a esperada humanização e excelência no atendimento, prometidas pelo Governo antes e durante a inauguração.

Basta ficar alguns minutos na unidade para perceber a insatisfação de quem precisa usar o serviço. No último dia 27, a atendente Thaiany Silva Izidório, não se conformou com a péssima qualidade do atendimento e desabafou ao Ataque aos Cofres Públicos. “O atendimento demora. Uma moça chegou passando mal, vomitando e não queriam atender. Eu fui lá na triagem e pedi ajuda. A funcionária tratou com indiferença e disse que ela teria que esperar. Só quando eu disse que poderia ser apêndice ela se tocou que poderia ser grave. Mesmo assim, eu e o marido da paciente tivemos que leva-la até a triagem. Aí deram atenção”.

Thaiany também relatou que viu uma criança com 40 graus de febre, vomitando muito. “Também não queriam atender. O pai teve que falar com o segurança. Mesmo assim, houve descaso”, conta, complementando que na semana passada esteve na UPA com o filho de 10 meses enfrentando os mesmos problemas.

“Cheguei 10h52, saí 14h50 e precisei ir lá dentro pedir pra atenderem. Só assim. É muito ruim a forma de atendimento. Crianças ficam misturadas com adultos. Capaz de quem vem com gripe sair com uma virose e depois ter que voltar pra ser internado”.

A atendente Carollayne de Oliveira engrossa o coro dos descontentes com o atendimento terceirizado. Por volta do meio-dia do último dia 27, ela deu o seguinte depoimento:

Estou aqui desde as 8 da manhã, vendo o descaso que tratam a gente. A pessoa chega e eles ficam passeando. Demora uma eternidade pra chamar. Das outras vezes vi médico na sala sem fazer nada. Tem dias que fico cinco, seis horas esperando. Teve uma vez que cheguei antes do meio-dia e saí cinco da tarde. A gente vai na sala e não tem ninguém. Meu cunhado esteve aqui à noite com a minha sobrinha queimando de febre e percebeu que estava demorando muito. Resolveu saber o que estava acontecendo. Entrou numa sala achou dois médicos dormindo”.

quadro-upa-07-05

Veja abaixo os depoimentos descritos no quadro acima:

“Estou com suspeita de tuberculose e tive atendimento precário. Demora grande e a medicação não tinha. Muito complicado. Já vi pessoas que caem no chão passando mal e não têm o atendimento adequado. Quando cheguei era de madrugada ainda. Passei pelo médico só de manhã cedo. Tem poucos médicos. No horário que eu vim tinha um ou dois. A gente contribui e o investimento com nosso dinheiro não está sendo adequado”.

Eduardo Rodrigues Camargo Silva, consultor de vendas

 

“Cheguei 8 horas da manhã, com crise de enxaqueca. Eu consigo esperar, mesmo com dor. Mas tem pessoas que sofrem. Vi uma moça passando mal, vomitando bastante. Pediram cadeira de rodas e não tinha. Presenciei crianças vomitando, chorando muito. Uma moça teve que chamar a polícia para ser atendida. Descaso. A gente fala e ninguém tá nem aí. Falta cadeira de rodas, falta atendimento, falta educação dos funcionários. Lastimável”.

Maria Joselma Fernandes, recepcionista

 

“Pedi pra moça uma senha preferencial, porque meu filho tem direito. Ele tem autismo e está com a garganta muito inflamada, febre alta, tosse e dor de cabeça.

Ela falou que eu teria que fazer a triagem. Eu fiz. O moço me deu o papel de classificação azul, onde a espera é por ordem de chegada. Tenho o laudo na bolsa atestando que ele é criança especial e tem direito de passar na frente. Mas aqui não tem lei. Expliquei isso pra eles e, mesmo assim, ouvi que ele tinha que esperar. Tratam a gente como bicho. Dizem senta aí, fica aí e espera.

Jeniffer Cristina Pacheco, balconista

 

Vi uma menina lá dentro falando que a filha estava com muita falta de ar. Ninguém deu atenção. Eles querem que a gente faça enxame? Tem a verba, mas não tem o trabalho? É revoltante”.

“Uma nota? De 1 a 10 eu daria 5. Muito dinheiro investido e pouco resultado. Péssimo. Pergunta pra qualquer outra pessoa aí dentro pra ver se a resposta não vai ser a mesma. Se eu chegasse com um carrão iam me atender na hora. Agora, se uma criança cai na porta não sai um médico de lá de dentro pra socorrer”.

Marcos Roberto da Silva, auxiliar de cozinha

 

“Estou com meu marido, desde quinta-feira passada (19). Não temos diagnóstico dele. Ele não anda, ele não se alimenta. Ele não bebe mais nem água e as pessoas não arrumam uma vaga pra ele num hospital para investigar a doença. A gente está sem ação e o médico quando passa fala que ele se entregou. Eu não acho que meu marido se entregou! Ele precisa de alguém que se interesse em descobrir o que ele tem pra poder tratar. A gente aqui é desprezado e tratado quem nem cachorro. Eu acho que eles não encaminham para internação por descaso por conta da idade. Todo mundo sai e ele fica. Todo mundo vai internar e ele fica. Me sinto humilhada e impotente. O governo precisa fazer com que essas coisas funcionem de verdade. A empresa que está aí não cuida. Só deve pegar o dinheiro, porque se cuidasse, a gente tinha ‘trato’ aí dentro”.

Maria das Graças dos Santos, dona de casa

 

“Tem um médico na sala, um monte de criança e eles não chamam ninguém. As mães foram lá dentro verificar e voltaram dizendo que tinha um pediatra só. Minha filha tem bronquite e quando ataca eu tenho que correr com ela pro médico. Mas estou na espera há mais de uma hora vendo ela com falta de ar. Vomitou o chão todinho e ninguém atendeu. Isso não é normal. Não tem só minha filha neste estado. Tem um monte de criança mal”.

Daiane dos Santos Silva, dona de casa

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *