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15/02/2019     nenhum comentário

FUABC e a terceirização: lucro acima da segurança

Por anos embolsando dinheiro público, a OS não fez o que era preciso para garantir o AVCB do Corpo de Bombeiros.

Matéria do Jornal A Tribuna desta sexta-feira, expõe que a despeito dos repasses altíssimos para a empresa que comandava o Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, não foram tomadas medidas para desarmar a bomba relógio em que o prédio se transformou.

A Fundação do ABC ficou anos no Hospital Irmã Dulce, de Praia Grande, recebendo por ano quantias altíssimas. Acima de R$ 50 milhões.

Na Baixada, por anos os contratos da organização social renderam aproximadamente R$ 190 milhões/ano.

A FUABC é a quarta do ranking de OSs mais agraciadas com verba da Secretaria Saúde do Estado. Recebeu R$ 2,7 bilhões entre 2014 e 2018.

E a FUABC não atendeu às exigências do Corpo de Bombeiros para reduzir os riscos de incêndio.

Não por acaso, um incêndio de pequenas proporções ocorreu dentro do Hospital, em março de 2016. Veja aqui

De lá pra cá, não foram tomadas medidas para o Hospital receber o AVCB.

Segundo informações recebidas pelo Ataque aos Cofres Públicos, há comentários de que a falta de ar condicionado em vários setores do hospital, inclusive em áreas mais vulneráveis ao risco de infecção hospitalar, se deve por conta das más condições elétricas e por conta do aumento dos riscos de sinistro com a ativação da climatização.

Esta é a OS que continua gerenciando a UPA Central de Santos, campeã de reclamações pelo péssimo atendimento. Alguma dúvida de que neste modelo de gestão (terceirização da gestão de serviços públicos por OSs) o lucro e o enriquecimento de meia dúzia de executivos e gestores está sempre acima da saúde e da segurança da maioria da população?

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Veja a matéria de A Tribuna, na íntegra:

Irregular, Irmã Dulce está sob risco de incêndio

Problemas impedem concessão de AVCB ao hospital, de PG

Um dos mais importantes hospitais da Baixada Santista, o Irmã Dulce, em Praia Grande, não tem atestado de segurança contra incêndios. Nove irregularidades no edifício impedem a concessão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

Os problemas estão listados em ofício enviado em janeiro, à Câmara Municipal, pelo comandante do 6º Grupamento de Bombeiros, tenente-coronel Daniel Tenório dos Santos, em resposta a requerimento do vereador Eduardo Pádua Soares Jardim, o Edu Sangue Bom (MDB).

No ano passado, respondendo à vereadora Janaina Ballaris (PT), a diretoria geral do Hospital Irmã Dulce, ainda sob o comando da Fundação do ABC, informou que havia AVCB válido até 2016.

Em março daquele ano, um incêndio atingiu uma área do centro cirúrgico, o que culminou em exigências de adequações na parte elétrica, segundo a Administração.

Conforme o ofício de janeiro do Corpo de Bombeiros, entre os problemas encontrados, as centrais de alarme do hospital estão inoperantes e há pontos de detecção de fumaça que não foram instalados ou não funcionam.

Outra dos nove questões é que não se consegue abrir as janelas em eventual incêndio no prédio do centro cirúrgico (veja destaque com todos os tópicos). Por causa dos problemas, os bombeiros consideram que o imóvel do hospital está em desacordo com o decreto estadual que estabelece regras de segurança contra incêndios em edificações.

Conforme o engenheiro de segurança Renato Lucas Queiroz, o equipamento “está claramente desprotegido”. “O ponto mais crítico é a central de alarme, responsável por avisar os ocupantes de que há um sinistro. Sem ela, o risco é enorme”, adverte.

O especialista em proteção contra incêndios Sérgio Ceccarelli afirma que há perigo. “O hospital está fora da lei. Essas irregularidades colocam em risco a vida das pessoas hospitalizadas, dos visitantes e de quem está trabalhando.”

Problemas

  • As centrais de alarme estão inoperantes na edificação.

  • Há pontos de detecção de fumaça que não foram instalados (sala do grupo motogerador) e inoperantes em alguns pontos.

  • As mangueiras não foram substituídas, conforme o Formulário de Atendi- mento Técnico no 213040-3/2015.

  • Os extintores de gás carbônico na coifa da cozinha e quadros  elétricos não foram instalados.

  • Há abrigo de hidrante cuja porta não fecha e abrigo com materiais diversos depositados dentro.

  • Fiação da bomba de incêndio não protegida por duto antichama.

  •  Não há como abrir as janelas em eventual sinistro no prédio do centro cirúrgico, necessitando, assim, de adaptação conforme aprovado em projeto técnico.

  • O grupo motogerador não atende afastamentos em relação à vaga de estacionamento.

  • Central de gás liquefeito de petróleo (GLP) sem proteção física para passagem de veículos.

Respostas

Organização social responsável pelo hospital desde janeiro, a Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) declarou, por meio de nota, que está dando continuidade ao processo, não finalizado na gestão anterior, para obtenção do AVCB o “mais breve possível”.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande disse que a Fundação do ABC recebeu autuação e multa e, mesmo assim, não providenciou a renovação do AVCB. Conforme Administração, a SPDM “está adequando o prédio de acordo com as exigências do Corpo de Bombeiros”. A Fundação do ABC não respondeu até o fechamento desta edição.

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