denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
22/06/2017     nenhum comentário

Fraude na Saúde terceirizada do Maranhão tem imagens de funcionários sacando dinheiro desviado

Um dos operadores do esquema recebe o dinheiro da boca do caixa e coloca tudo dentro de uma mochila. Em outros saques funcionários colocaram a grana nas calças. E tudo ia para a mão do presidente da entidade e de alguns diretores.

idac-maranhao
Na semana passada a Polícia Federal ouviu, em São Luís, no Maranhão,  funcionários do Instituto de Desenvolvimento e Apoio ao Cidadão (IDAC) sobre o esquema de fraudes e desvios na Saúde. O IDAC é uma organização social contratada para gerenciar hospitais públicos no Estado.

Ao todo cinco funcionários que trabalhavam na organização social contaram aos investigadores como funcionava a rotina de trabalho na instituição. Eles estão presos desde o início do mês por suspeita de desviar parte dos recursos que seriam utilizados em hospitais públicos do Maranhão.

A operação foi deflagrada no dia 2 de junho e a PF constatou que parte do dinheiro não estava sendo aplicada em hospitais. Com isso, funcionários que trabalhavam no IDAC começaram a ser investigados e suas transações financeiras passaram a ser monitoradas.

A ação durou cerca de 70 dias e comprovou que parte dos valores sacados por um funcionário era entregue a quem? Ao presidente do instituto e alguns diretores.

Há até imagens gravadas pela Polícia Federal, mostrando como os funcionários do instituto chegavam a sacar entre R$ 400 e R$ 600 mil. O dinheiro, que  deveria ser aplicado em recursos da saúde no Maranhão servia de enriquecimento ilícito aos comandantes de uma entidade dita “sem fins lucrativos”.

Em 28 de março, os funcionários do IDAC estiveram em uma agência bancária no bairro Jaracati, em São Luís, e sacaram uma quantia tão alta que chegaram a esconder as notas dentro de suas calças.

Imagens feitas três semanas antes mostram um dos operadores do esquema recebendo o dinheiro da boca do caixa e colocando tudo dentro de uma mochila. Segundo Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal, o dinheiro desviado poderia ter salvado a vida de vários pacientes. “Pessoas que poderiam ter sido tratadas, pessoas que poderiam ter sobrevivido estão morrendo antes do tempo. Porque esse dinheiro está indo para o bolso de corruptos”, disse.

Veja as imagens na reportagem em vídeo

Fiscalização não existia no Governo 

Somente três dias depois da deflagração da operação, o contrato do IDAC com o Governo do Maranhão foi cancelado. A última vez que o contrato havia sido prorrogado foi no ano passado, com dispensa de licitação.

Segundo o atual secretário de Saúde, Carlos Lula, não havia nenhuma suspeita de irregularidade. “A gente não tinha como detectar nenhuma irregularidade, mesmo com nosso sistema de prestação de contas, porque a fraude era sofisticada. Claro que é sofisticada. As OSs não precisam fazer licitação para nada. A facilidade para maquiar as fraudes com a aparência de estar apenas cumprindo o que a lei das OSs estabelece é grande

“No esquema as notas fiscais eram emitidas como se o serviço tivesse sido prestado para o IDAC e não dentro das nossas unidades hospitalares”, disse o secretário, que não explicou, no entanto, porque o Governo adota esse modelo de gestão que sabidamente é usado para fraudes e desvios em outtros estados e municípios.

O absurdo maior é que notas fiscais divulgadas pelo próprio Governo do Estado, antes da última prorrogação do contrato, mostram que uma auditoria já havia identificado uma suspeita de superfaturamento de 20% a 30% nas contas do IDAC. Mesmo assim, mesmo tendo o conhecimento de que algo estava irregular, o contrato com a entidade foi mantido.

Após os depoimentos, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) vão continuar as investigações.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *