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19/06/2017     nenhum comentário

Família reclama de descaso na UPA terceirizada em Santos

Idoso com fêmur fraturado ficou molhado de urina no leito e enfermeiras se recusaram a trocá-lo e mudar a roupa de cama. Unidade está sem toalhas e sem medicamentos básicos como amoxicilina, dipirona e paracetamol.

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O feriadão forneceu mais exemplos aos santistas das mazelas da terceirização na saúde. Uma família que viveu a experiência de passar com um idoso no atendimento da UPA Central relata o que o Ataque aos Cofres Públicos vem denunciando há mais de um ano: dinheiro público está sendo desperdiçado na unidade, terceirizada para a organização social Fundação do ABC.

O relato foi publicado nas redes sociais e depois no Jornal A Tribuna de Santos. A reportagem mostra que a família reclamou do que chamou de “descaso e humilhação” para com o paciente, de 65 anos, enquanto ele aguardava uma vaga de internação em algum hospital da região.

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As queixas, que vão desde falta de cuidados básicos ao paciente até falta de materiais na enfermaria, como toalhas, são referentes à última sexta-feira (16) e sábado (17).

Na noite deste domingo (18), por volta das 20 horas, o Ataque aos Cofres Públicos esteve no local e constatou a falta de medicamentos simples tanto no setor de medicação quanto de farmácia, como amoxicilina, dipirona sódica e paracetamol. A desculpa do excesso de demanda não pode ser usada, já que a unidade estava com menos de trinta pessoas em atendimento.

Veja abaixo, a reportagem do Jornal A Tribuna, escrita pelo jornalista Maurício Martins, na íntegra:

Família reclama de descaso com idoso na UPA Central de Santos

O drama do idoso começou na manhã de sexta-feira, quando ele escorregou e caiu

Descaso e humilhação. São as palavras que resumem o tratamento dado ao aposentado Wagner Gaspar Toneloto, de 65 anos, na rede pública de saúde de Santos. Com fêmur (osso mais longo do corpo, na coxa) quebrado, ele está desde de sexta-feira (16) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, na Rua Joaquim Távora, aguardando transferência para fazer a cirurgia.

O drama do idoso começou ainda na manhã de sexta-feira, quando ele escorregou dentro da casa dele, no José Menino, e fraturou a perna esquerda. Imediatamente familiares acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que demorou 1h30 para chegar. Levado para a UPA, que pertence ao Município, mas tem a gestão terceirizada pela Organização Social Fundação do ABC, não teve a atenção que deveria ser dispensada a qualquer paciente.

“Ele é um idoso, com sequelas de AVC (acidente vascular cerebral) anterior. Devido ao ocorrido, está desde sexta-feira sem dormir, as enfermeiras se recusam a atendê-lo, dizendo que é obrigação do acompanhante dar comida, banho, fornecer e trocar fralda. Mas ele está com uma fratura, eu não tenho competência técnica para mexer na perna dele”, desabafa a filha, a empresária Fernanda Toneloto, 34 anos.

Segundo ela, nem toalha há no local. “Ele está em faixa de risco, devido à idade e problemas anteriores de saúde. Além disso, há risco de trombose, hemorragias, escaras, ou outras lesões cerebrais devido à privação de sono”, aponta a filha.

Por tudo isso, embora não seja uma situação de emergência, a cirurgia precisa ser feita no menor espaço de tempo possível.

A filha está revoltada com a situação. “Eu fiquei a noite toda com ele (de sábado para domingo). De madrugada estava todo molhado de xixi, pedi para trocar a fralda e não trocaram. Imagina ver meu pai desse jeito, não dá para aceitar esse tratamento”.

Respostas

Em nota, a fundação do ABC afirma que o paciente foi atendido pelas equipes assistenciais da UPA Central, passou por exames e foi medicado, tendo à disposição toda a infraestrutura, materiais e equipes de saúde da unidade.

“Entretanto, devido à gravidade do caso, a UPA solicitou à Central de Regulação Municipal vaga para transferência do paciente a um hospital com maior complexidade e com os recursos necessários para o atendimento ao quadro de saúde apresentado. Assim que a vaga for liberada, o paciente será transferido”, diz a Fundação.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Santos informou que já acionou a Central de Vagas e o idoso deve ser transferido entre hoje e amanhã para o antigo PS Central, que funciona de retaguarda à rede de Pronto Atendimento. O Sr. Wagner ficará internado para realizar exames pré operatórios e avaliação do cirurgião, antes de ser encaminhado para cirurgia.

Sobre o atendimento do SAMU a Secretaria de Saúde destaca que trabalha com a priorização dos chamados e irá apurar os fatos desta ocorrência.

A FUABC recebe quase 20 milhões por ano da Prefeitura. Dinheiro seu e dos demais munícipes. Cadê essa verba? E na semana passada a imprensa denunciou que até gesso e algodão estavam em falta no setor de ortopedia!

Para finalizar, mais uma vez, ficam as perguntas: cadê a humanização, a eficiência, a agilidade e a modernização do sistema com a introdução das Organizações Sociais (OSs), que tanto foi propagandeada pelo Governo de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB)?

Cadê o “salto de qualidade’ e o “modelo de excelência” que a tal “publicização” dos serviços públicos traria a Santos?

O que dizem agora os vereadores, que votaram a favor da Lei que oficializa a entrada deste engodo chamado OSs na administração pública?

O secretário Fábio Ferraz terá mesmo coragem de oficializar o já prometido aditamento no contrato, que beneficiará a empresa FUABC com aumento no valor dos repasses?

O que os santistas está esperando para protestar e exigir o fim da terceirização na UPA e mais investimento nas demais unidades da rede de saúde administradas de forma direta?

QUANDO OS SANTISTAS VÃO PERDER A PACIÊNCIA E EXIGIR RESPEITO?

 

 

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