Falso médico atuou em UPA terceirizada e errou em receita antes de ser descoberto
Falso médico atuou em UPA terceirizada e errou em receita antes de ser descoberto
Imagina estar doente, procurar o serviço de pronto atendimento e ser atendido por um charlatão que se diz médico?
Foi o que aconteceu na UPA São Benedito, na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O falso médico, que se apresentou com o nome de Gabriel Valentim, foi contratado de forma terceirizada pela Prefeitura.
Como temos demonstrado diariamente nesta página, a terceirização, seja por meio de organizações sociais (OSs) ou por outros mecanismos administrativos, serve somente a empresários que visam lucro, em detrimento das garantias de direitos fundamentais preconizados no SUS.
O falso médico chegou a atender pacientes e até prescreveu remédios de forma errada, colocando em risco os usuários de Santa Luzia. Isso mostra o grau de amadorismo destas empresas, que sequer fazem uma simples checagem de documentação profissional (como a carteira do Conselho Regional de Medicina) na hora de escolher e admitir profissionais.
A fraude ocorreu no último dia 8. Após conseguir burlar o sistema de credenciamento, Gabriel chegou na unidade paramentado como médico e teve seu acesso franqueado aos pacientes.
Apenas uma semana depois o erro foi admitido, em reunião extraordinária da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, que convocou a secretária de Saúde, Nádia Duarte Tomé, e os diretores da UPA São Benedito e do Hospital Municipal Madalena Parrillo Calixto para darem explicações sobre o caso e apresentar dados sobre a atual situação da saúde pública do município.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, não foi tomada, até o momento, uma medida concreta para que todos os médicos que atendem na UPA e no Hospital Municipal passem a apresentar documentação antes de iniciarem suas jornadas. Como são contratados por meio de um regime diferenciado – são prestadores de serviço –, não é possível enquadrá-los no regime de controle de ponto por meio de biometria. Se o município seguisse os ditames constitucionais, teria apenas servidores concursados e nada disso teria acontecido.
O golpista chegou a fugir, mas foi preso no último dia 12.