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07/03/2018     nenhum comentário

Estudo acadêmico mostra que hospitais geridos por OSs recebem mais e atendem menos

Três hospitais com gestão terceirizada abocanharam 12% do orçamento da saúde na Grande Vitória; os administrados pelo Estado ficaram com três vezes menos recursos, porém atenderam mais, a custo menor.

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Quando militantes pró SUS, servidores públicos e sindicalistas dizem que as organizações e demais formas de terceirização são um ataque aos serviços, não se tratam apenas de palavras de ordem.
Um estudo acadêmico analisou dados de hospitais públicos terceirizados do Espírito Santo e os comparou com os mesmos dados de equipamentos públicos geridos por entidades de direito privado, as OSs. O resultado é claro: os serviços administrados por OSs recebem mais dinheiro do que os da administração direta capixaba. No entanto, os terceirizados atendem menos.
A reportagem de Jussara Batista, do site Século Diário, destrinchou as informações.
A dissertação, denominada “Hospitais Públicos sob Gestão de Organizações Sociais de Saúde na Grande Vitória: um Estudo Comparativo (2016)” aponta que 12% do orçamento da saúde, em 2014, ano eleitoral, foi destinado a três hospitais geridos por OSs. São eles: Hospital Central (Vitória), Jayme Santos Neves (Serra) e Hospital de Urgência e Emergência (Vitória).
Recursos de monta bem inferior  – 4,6% – receberam os três administrados diretamente pelo Estado. A saber:  Antônio Bezerra de Faria (Vila Velha), Dr. Dório Silva (Serra) e o extinto São Lucas (Vitória).
De acordo com a autora da pesquisa,
A autora da pesquisa percebeu que no mesmo período, enquanto que os três hospitais sob gestão estadual realizaram 3.005.072 atendimentos entre 2009 e 2014, as unidades administradas por OSs fizeram 2.235.559. E tem mais: o custo médio de cada atendimento foi de: R$ 84,03 e R$ 232,02, respectivamente.
A pesquisa de Fabiana Turino, atualmente doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Estado (Ufes), conclui ainda que em seis anos de operação das OSs em hospitais públicos estaduais no Espírito Santo (2009 a 2015), o repasse de recursos foi de R$ 518,7 milhões (levando a um custo médio de R$ 232,02 para cada atendimento).
Já os hospitais sob administração direta receberam R$ 252,5 milhões  (custo médio por atendimento bem menor, de R$ 84,03). “Ou seja, a gestão nas mãos de entes privados sem fins lucrativos geraram um custo mais elevado (quase três vezes maior) para os cofres públicos do Espírito Santo”, ressalta a pesquisadora ao Século Diário.
Para a acadêmica, não restou dúvidas: o gasto público direcionado para as OSs em detrimento dos hospitais geridos diretamente pelo Estado foi muito maior, enquanto não houve ampliação dos servidos. Segundo a pesquisadora, “a delimitação permitiu inferir análise comparativa que aponta para uma necessidade de ‘desnaturalizar’ o pensamento que a gestão pública é ineficiente, burocrática e engessada”.
Veja como o jornal conclui o texto:
Ampliação
Vale ressaltar que o plano de terceirização dos hospitais estaduais continua a pleno vapor com o pacote recém-anunciado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Além das quatro unidades que já têm a gestão feita por Organizações Sociais (OSs) – Hospital Central (Vitória), Jayme dos Santos Neves (Serra), Estadual de Urgência e Emergência (Vitória) e Infantil de Vila Velha –, mais quatro estão em vias de serem terceirizados. São eles: Dr. Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco; Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus; Silvio Avidos, em Colatina; Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha; Dório Silva, na Serra; e Infantil, de Vitória.
 
Histórico
Em 2009, a primeira OS assumiu um hospital estadual, quando a Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar (Pró-Saúde) passou a gerir o Hospital Estadual Central. De dezembro de 2011 até os dias atuais, no entanto, foi substituída pela Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC). 
 
No Jayme dos Santos Neves, por sua vez, desde 24 de fevereiro de 2013, atua a Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes). Já no Hospital Estadual de Urgência e Emergência permaneceu o Instituto Americano de Pesquisa, Medicina e Saúde Pública (IAPEMESP) entre setembro de 2014 e dezembro de 2015, tendo assumido em seguida, a partir de 18 de dezembro de 2015, a Pró-Saúde.

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