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24/08/2016     nenhum comentário

Esquemão com dinheiro público desviado para empresas leva presidente do PSDB para cadeia

Operação decantação visa desarticular organização criminosa que desviou pelo menos R$ 4,5 milhões em recursos federais a partir de uma empresa pública de Goiás. Investigação aponta desvio de dinheiro para uma Organização Social de Saúde, propina para agentes públicos e caixa 2 para pagamento de dívidas de campanha de Marconi Perillo (PSDB).

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Contratos de consultorias firmados entre o poder público e entre empresas são uma das formas mais manjadas de desviar dinheiro para caixa 2 de campanha eleitoral.

Em Goiás, o esquema foi descoberto pela Polícia Federal e o presidente do PSDB estadual, Afreni Gonçalves (foto), foi preso nesta manhã de quarta-feira (24). A prisão faz parte da Operação Decantação, deflagrada pela PF com auxílio do Ministério Público Federal e do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.

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O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões em recursos federais a partir de uma empresa pública do estado de Goiás. A ação evitou um prejuízo de quase R$ 7 milhões.

Também é alvo de mandado de prisão José Taveira Rocha, presidente da Saneago, a estatal de saneamento do Estado. Rocha é ex-secretário da Fazenda do governador Marconi Perillo, do PSDB. Ele também é ligado ao grupo mais próximo ao governador.

Segundo a PF, dirigentes e colaboradores da empresa Saneamento de Goiás promoveram licitações fraudulentas mediante a contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema criminoso.

Recursos públicos federais, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal, foram desviados para pagamento de propinas e dívidas de campanhas políticas. Outra forma de atuação da organização criminosa consistia no favorecimento pela consultoria contratada pela Saneago a empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.

Organizações sociais
Segundo gráfico que detalha o funcionamento do esquema, a PF entende que o presidente da Saneago e a diretoria da estatal estavam envolvidas em “maquiagem” para obter financiamentos bancários, no pagamento de dívidas de campanha e de despesas de uma organização social do setor de saúde.

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Cerca de 300 policiais federais cumprem 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e na sede do PSDB, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados.

As ordens judiciais foram cumpridas em Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Formosa (GO), Itumbiara (GO), São Paulo (SP) e Florianópolis (SC). Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove envolvidos.

Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios.

O nome Decantação faz alusão a um dos processos de tratamento de água, em que ocorre a separação de elementos heterogêneos.

A investigação teve início na apuração de crimes licitatórios para o fornecimento de estação elevatória de água do sistema de abastecimento de Luziânia (Sistema Produtor Corumbá IV). Desdobramentos do trabalho acabaram por identificar também irregularidades em certames e contratos para a ampliação do sistema de esgotamento de Goiânia (Sistema Meia Ponte).

O contrato de repasse do Sistema Produtor Corumbá IV envolve recursos de R$ 117,3 milhões. Em fiscalização do Ministério da Transparência, houve a identificação de direcionamento de licitação, alteração de quantitativos sem justificativa e inclusão de equipamentos de alto valor, bem como o aditamento a maior pelo primeiro reajustamento de preços. As irregularidades geraram prejuízo efetivo de mais de R$ 1 milhão e prejuízo potencial de R$ 6 milhões, de um montante fiscalizado de cerca de R$ 45 milhões.

Em relação ao Sistema Meia Ponte, que envolveu aplicação de recursos de R$ 67,4 milhões, o MTFC constatou falhas na elaboração da composição de serviços de transporte e descarga de materiais; de formas compensadas para moldagem de concreto armado; de serviços de escavação e carga de material de jazida; além da execução contratual em ritmo lento. Dos pagamentos já efetuados (R$ 16,7 milhões), foi identificado prejuízo efetivo de R$ 3,4 milhões. Também foram fiscalizados recursos em cerca de R$ 30 milhões ainda não pagos, com identificação de prejuízo potencial de R$ 1,7 milhão.

Imagine o que acontece com as OSs

Se todo esse esquema foi feito para burlar a Lei de Licitações, que tem critérios mais rígidos para controle dos recursos públicos transferidos para a iniciativa privada, imagine o que acontece nas operações de compra de insumos, medicamentos e contratação de consultorias e serviços feitas pelas Organizações Sociais, que por lei, uma vez contratadas pelo poder público, não precisam fazer licitação e nem prestar contas de nada?

Com as OSs nos serviços públicos ocorre o chamado propinoduto oficializado. Todo mundo fecha os olhos, ninguém fiscaliza nada já que pela legislação (criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) as OSs podem quase tudo e não devem explicações de quase nada.

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