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14/07/2017     nenhum comentário

Erro médico e morte de bebê em UPA terceirizada são investigados

Família da criança denuncia a unidade da Zona Norte do Rio por diagnosticar e tratar a criança de forma equivocada. Polícia e Secretaria de Saúde estão apurando.

matheus

Um procedimento médico errado teria motivado a morte de uma criança de apenas dois anos. Essa é a denúncia que familiares do bebê atendido em uma UPA terceirizada para uma Organização Social (OS), em Engenho Novo, no Rio de Janeiro, fazem à imprensa.

A Polícia está investigando o caso.

O Matheus Guedes estava sendo tratado desde a semana anterior como sendo portador de uma bronquiolite, que é uma espécie de inflamação nos brônquios e bronquíolos.

Entretanto, ao ser atendido na UPA na última quarta-feira (12), a médica disse que ele tinha asma e mandou aplicar uma injeção e uma nebulização. O menino morreu logo em seguida.

A família conta que somente depois do óbito fizeram um exame de Raio-X, que mostrou que o bebê estava mesmo com pneumonia (infecção no pulmão) e, não, asma.

No atestado de óbito do bebê não está especificada qual é a causa da morte. A OS Viva Rio, que administra a UPA, se defendeu dizendo que o menino teve o atendimento padrão para os sintomas que apresentava, mas não explicou porque não foi feito uma radiografia.

Já a Secretaria de Estado de Saúde comunicou que está investigando o caso.

Segundo o Jornal Extra, a injeção que o menino tomou na veia foi de corticoide, que é dada para pacientes em crise aguda de asma ou bronquite. Logo após o medicamentos ser aplicado, a criança teve uma crise convulsiva. Por 40 minutos, enquanto a equipe médica aplicava manobras de ressuscitação no menino, por meio do vidro da porta da sala vermelha, a mãe se despedia do filho. A família registrou o caso na 25ª DP (Engenho Novo).

O que a terceirização tem a ver com isso?

Este é mais um caso de erro em unidades comandadas por OSs a mostrar que o discurso de que empresas ou entidades terceiras trazem mais eficiência e qualidade aos serviços públicos é uma fraude.

As OSs não melhoram em nada a performance dos atendimentos, no entanto, são mais caras para os cofres públicos. O que o SUS precisa é de mais investimento e suas redes de urgência e atenção básica, com mais servidores capacitados. Com uma lógica de atendimento calcada na terceirização, no produtivismo e no lucro, os governos não vão resolver os grandes desafios da saúde pública.

Matheus poderia ter tido outro destino se ao invés de uma consulta vapt-vupt ele tivesse mais atenção? E se a médica tivesse o cuidado de antes de sair diagnosticando e medicando o bebê tivesse sido submetido a um Raio-X? Será que havia muita gente na unidade e poucos médicos, a ponto da consulta ter sido superficial e equivocada?

São perguntas que, infelizmente, podem ter respostas que ajudem a concluir, mais uma vez, que a terceirização irresponsável que os governos vem implantando pode, sim, custar vidas.

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