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16/08/2019     nenhum comentário

Em cidade paraibana, UPA terceirizada custa o mesmo que Hospital Regional gerido pelo Estado

“Como pode”, questiona deputada sobre suposta economia com Organizações Sociais, que os governos adeptos da terceirização gostam repetir ao justificar a mudança no modelo de gestão

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Não precisa ter mente brilhante para chegar a mesma conclusão da deputada estadual Camila Toscano (PSDB), da Paraíba, ao questionar os valores repassados a uma organização social na cidade de Guarabira.

Camila participou de audiência pública com a presença do secretário Estadual da Saúde, Geraldo Medeiros, na tarde da última quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa. Na ocasião ela questionou Medeiros sobre quais motivos levam o Estado a repassar praticamente o mesmo valor de recursos para custear as despesas do Hospital Regional de Guarabira e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município, que é gerida por uma Organização Social.

“Sempre tive uma dúvida muito grande sobre essa economia que dizem que as OS trazem para o Estado. Eu trago o exemplo da minha cidade, Guarabira, que tem um hospital regional, que como o nome diz, atende toda a região e presta os mais diversos tipos serviços, como a realização de cirurgias, área de internação, UTI e outros procedimentos. Guarabira também conta com uma UPA, que presta serviços mais rápidos, de natureza bem menos complexa. Mas, o Estado repassa para a UPA o mesmo valor que repassa para o Hospital Regional. A diferença é que a UPA é gerida por uma Organização Social e o Hospital, pelo próprio Estado”, chama atenção a deputada.

Para ela, pela complexidade da natureza de atendimento das duas unidades, não há dúvidas que o hospital deve custar bem mais ao Estado. Porém, com a gestão feita por uma OS inclui lucro, há um valor superestimado nos contratos. Como há pouca transparência e praticamente nenhuma fiscalização, nada acontece. A sangria nos cofres públicos segue sem problemas.

“Não entendo como o Estado insiste em terceirizar os serviços via OS se ela custa muito mais aos cofres públicos. Onde está a economia?”, questionou a parlamentar, conforme publicou o site Portal Mídia.

“E não me parece correto que uma UPA receba o mesmo valor que um Hospital que atende a toda uma região, com serviços bem mais complexos. Isso me leva discordar que a UPA não seria nociva ao nosso Estado. Ela é sim, a partir do momento que custa mais e com a Operação Calvário nós entendemos o porquê”, continuou.

A UPA é gerida pelo Instituto Acqua. A organização social, que já atuou na maternidade de São Vocente (SP) tem sido alvo de notícias que mancham sua reputação. Veja algumas:

CALVÁRIO DO TRAUMA – TCE-SP mantém decisão de irregularidades em contrato da Acqua com prefeitura de São Paulo

Instituto que vai gerir Hospital de Trauma tem bloqueio judicial de R$ 68 milhões, acumula processos na justiça e denúncias de irregularidades

Polícia investiga irregularidades na antiga gestão de hospital e UPA de São Francisco

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Calvário

A Operação foi desencadeada no dia 14 de dezembro passado, pelos órgãos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ/Gaecc-RJ), da Paraíba (MPPB/Gaeco) e de Goiás (MPGO-Gaeco) para investigar desvios de recursos envolvendo a OS Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, e o Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP). Na Paraíba, onde a Cruz Vermelha administra o Hospital de Emergência e Trauma da Capital, a operação teve uma segunda fase, desencadeada em 1º de fevereiro, para cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão.

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