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18/10/2016     nenhum comentário

Demora no atendimento, falta de remédios e até de cadeira de rodas… Cadê a UPA de excelência?

Gente de carne osso, que não têm plano de saúde e depende do SUS mostra a realidade da UPA terceirizada que o prefeito eleito com louvor disse que seria um marco na saúde da região. É bem diferente da propaganda eleitoral e do D.O.

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Uma ilusão muito bem “vendida” para a população achar que terceirização é a solução para a saúde. É isso o que a UPA Central significa, a julgar pelos depoimentos dos próprios usuários.

A Ouvidoria Popular do Ataque aos Cofres Públicos esteve novamente na UPA para mostrar a realidade no atendimento. E mais uma vez tivemos um retorno de que o serviço não funciona a contento.

O aposentado Ernandes Gilberto, esteve na última terça-feira (11) na unidade acompanhando a esposa idosa, que havia machucado a rótula após uma queda. Com muita dor, a paciente não teve uma cadeira de rodas para conduzi-la da porta da UPA até a ortopedia.

Depois de ser atendida, continuou com dor. O motivo? Não tinha sequer dipirona na unidade. Veja este e outros relatos:

Edson Bezerra, despachante aduaneiro

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“No final de semana minha esposa teve dores no ouvido. Chegamos 6h25. Quando deu 7h15 sem nenhum paciente ser chamado, resolvi perguntar. O rapaz me respondeu que estava em troca de turno. ‘Mas não atende ninguém quando muda plantão? ‘, perguntei. Ele não soube dizer.

As pessoas têm que ficar cientes: quando há troca de turno nenhuma pessoa é atendida por uma hora. Minha esposa só foi chamada às 7h55. A Doutora não levantou da cadeira. Só passou um remédio. Perguntamos se não ia olhar o ouvido com aparelho específico. Ela disse que não, pois não tinha. A UPA nova, bonita, não tem aparelho para avaliar o ouvido inflamado. E médico que é bom, só tem um. Quando tem dois, o outro está no atendimento emergencial. Quando a pessoa é atendida, o médico nem olha na cara.

Minha esposa continuou com dores. No PS da Zona Leste o médico que a atendeu viu o remédio prescrito e disse que estava errado. E na farmácia da UPA não tem remédio. Já vim umas quatro vezes e nunca tem.

Quando trouxe meu filho para ver a garganta, a médica olhou com um Iphone 6. Eu perguntei se ela não tinha aquela lanterninha que os médicos usam. Ela disse que não. A UPA é bonita, mas não funciona. Não conheço outro PS terceirizado. O que sei é que qualquer manobra que é feita é sempre pra tirar dinheiro público, para usar de forma indevida. Se não está funcionando, a Prefeitura deveria arrumar e, não, passar o problema para outro órgão”.

Salete Leme Pelegrini, dona de casa

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“Vim na UPA com dores no calcanhar, mas nem uma chapa foi tirada. O médico disse que tem que por um sapato confortável e só. A consulta foi rápida, mas para ser atendida e tomar medicação foi demorado. No consultório eu falei ‘o senhor não vai encaminhar?’ Ele disse que não, que tenho que ir no posto. Eu não me conformei. Voltei e perguntei: ‘não vai nem tirar um Raio X?’. Ele disse ‘não precisa’.

Vim já umas quatro, cinco vezes na UPA e realmente é terrível. Você entra as 9h e sai às 4h da tarde. Se entra às 4h, sai às 10h da noite. Aí eles pulam as chamadas, falam que chamaram e você não viu. Já vi brigas com funcionários. Você vem pega uma senha e espera. Aí vai na recepção, faz a ficha e espera. Aí vai pra triagem, volta e espera o médico. Aí vai para a medicação e espera de novo. Nisso passam quatro, cinco, seis horas. E aquilo enchendo, virando uma multidão.

Tem que ter funcionários para trabalhar e mais organização. Eles não tem ética para lidar com o paciente. Ai você vai reclamar eles te maltratam. Uma senhora entrou mal e sentou em cadeira de plástico porque não tinha cadeira de rodas”.

Ernandes Gilberto, aposentado

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“Minha esposa caiu e bateu o joelho. Quando cheguei aqui não tinha uma cadeira de rodas. Consegui uma de plástico porque tinha um pessoal aqui fazendo uma campanha contra a terceirização e acabou arrumando. Na hora de pegar o medicamento não tinha. Nem dipirona tinha. Ela ficou com dor e não tem remédio.

Devia ser melhor o atendimento. Infelizmente a terceirizada não está funcionando como devia. Uma outra vez que estive aqui, nós ficamos das 8 horas da manhã até as 8 da noite sem ser atendidos.

Toda vez que a gente ia reclamar falavam que é assim mesmo. Lógico que não é. Inclusive atenderam muitas pessoas na frente porque o painel estava errado. O número já tinha passado muito. De tanto que eu reclamei, fui atendido só 8 horas da noite. Fiquei praticamente o dia todo. Isso foi no começo da UPA.

Infelizmente precisamos de novo do serviço e aconteceu isso. É incrível não ter uma cadeira de rodas”

Sérgio Vacarelli, motorista

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“Saí insatisfeito devido à demora. É muita burocracia. Você chega 8, 9 da manhã e fica sempre até a tarde para ser atendido. Precisava de mais enfermeiros e médicos.

Tá precisando melhorar muita coisa. Dias atrás o atendimento foi muito ruim. Entrei com começo de pneumonia. Tirei Raio X e apenas fui medicado com uma injeção de dipirona. A demora é constante. Está sempre superlotado.

Ontem estive aqui e tinha de 60 a 70 pessoas na minha frente. As pessoas esperam em pé. Falta um atendimento a pessoas idosas. Hoje eu vi aqui uma idosa que precisava de uma cadeira de rodas e não tinha. Uma coisa tão simples. É um descaso muito grande com pessoas de idade, com as pessoas que vem buscar atendimento, com as crianças na pediatria.

Eu acho que é um dinheiro um pouco jogado no vento. Tá precisando de muita melhora, medicação, atendimento, enfermeiros. Agora mesmo há uma demora enorme para tomar medicação. Tem mais ou menos umas 30 pessoas e a sala está completamente entupida de gente”.

 

Givanildes Silva, doméstica

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“Ontem eu cheguei aqui 14h58. Passei pelo médico às 20h30, já passando muito mal. Eles passam pessoas na frente como alto risco, mas algumas delas não eram, pois ficaram batendo papo e dando risada.

Enquanto isso, me contorcia de dor. Um simples bactrim aqui não tem. Como estou com infecção urinária, vou ter que me virar para comprar. Ou você compra ou se vira para procurar outra UPA mais próxima. Eu acho um absurdo.

Tem condições de ter um atendimento melhor. Verba tem e eles não fazem nada para melhorar. Tá bem complicado. A gente se sente humilhada, né. É uma humilhação que não tem como explicar.

A gente tem que pelo menos brigar, vir reclamar. Eu vim reclamar porque me sinto lesada. Se eu não reclamar nunca vai melhorar. Não é de graça. Eu pago meus impostos e em dia. Eles têm que fazer”.

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