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29/03/2019     nenhum comentário

Criança de 5 anos morre na sala de espera do Hospital terceirizado em Goiânia

Caso aconteceu no Hospital Materno-Infantil, gerido pela OS IGH. A entidade, acusada de irregularidades em outros estados, alega não ter recebido repasses corretamente no Estado

igh-goias

O modelo de gestão por Organizações Sociais (OSs) é caro, falho e arriscado. Quando os tempos são de alta na arrecadação, as empresas travestidas de entidades lucram expressivamente. Não há tantos problemas no atendimento, embora a falta de transparência financeira provoque danos silenciosos nas finanças públicas dia a dia.

Nos tempos de crise, esses rombos formados aparecem da pior forma possível. Muitas vezes, com a alta nas estatísticas de óbitos por negligência. Esvaziados, os cofres públicos não conseguem manter os gordos repasses em dia. O que fazem as gestoras privadas? Lavam as mãos.  Reduzem ou restringem serviços, dizendo que não há como custear a manutenção das unidades.

Os governos se defendem, muitas vezes apelando para ajustes que equilibrem financeiramente os altos contratos. Raramente conseguem êxito. Nessa queda de braço quem perde é a população nas filas. E, mais grave, na falta de acesso a tratamento digno, algo que mata.

Dito isso, entramos no fato concreto que provoca repercussão nesta sexta-feira (29), em Goiás. Uma criança de apenas 5 anos morreu no colo de sua mãe, em um corredor, enquanto aguardavam uma vaga de internação.

O Hospital é gerido pela OS Instituto de Gestão Hospitalar (IGH). A entidade deixou um rastro de problemas em outros estados, como o Espírito Santo.

Os links abaixo atestam:

Organização social acusada de irregularidades em outros estados assume gestão do Himaba

Empresa que faz gestão do Infantil de Vila Velha já deve a fornecedores

Até tucanos estão denunciando a bandalheira das OSs na Saúde

Espanhol na mira: IGH é alvo de denúncias que envolvem milhões em Goiás e Piauí

Meneguzzi entrega denúncias sobre o IGH ao Ministério Público e ao Ministério do Trabalho

MP denuncia secretário de Saúde e 4 OSs por irregularidades 

TRT suspende contrato da IGH e obriga Governo a reassumir gestão do Hospital Justino Luz

Empresa IGH, que administra a UPA Zona Norte, em Caxias, é autuada por irregularidades trabalhistas

Abaixo reproduzimos a matéria da imprensa local, site Mais Goiás.

Criança de 5 anos morre na sala de espera do Hospital Materno-Infantil, em Goiânia

Menino esperava por vaga em leito do hospital e morreu em uma cadeira da unidade de saúde. Morte será investigada pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO)

Uma criança de 5 anos morreu em um dos corredores do Hospital Materno-Infantil (HMI), em Goiânia, enquanto esperava por vaga em leito. Caso que ocorreu na tarde desta quinta-feira (28) foi confirmado pela assessoria da unidade de saúde. Corpo do menino é velado na manhã desta sexta-feira (29), no Jardim Guanabara. Sepultamento está previsto para a tarde de hoje, no Cemitério Jardim da Saudade, no Parque dos Buritis.

Por meio de nota (confira íntegra abaixo), o hospital informou que o paciente deu entrada na unidade na às 3h da madrugada de quinta-feira. Após passar por um pediatra, a equipe médica iniciou os procedimentos terapêuticos e diagnósticos. Em decorrência da superlotação do local, o menino, que tinha síndrome de Down, ficou recebendo o tratamento prescrito no colo da mãe em um dos corredores. Ele aguardava por uma vaga no leito do HMI.

Horas depois de ter sido medicada, a criança teve piora no quadro de saúde e não respondeu às manobras de ressuscitação na sala de reanimação. O corpo do menino foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), para investigação da causa da morte.

O Mais Goiás entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde em busca de um posicionamento com relação à superlotação do hospital. Também por meio de nota, a Pasta informou que atualmente o HMI dispõe de 28 leitos de internação pediátrica. No entanto, à medida que atende pacientes de média e alta complexidade, o tempo de internação aumenta e reduz o giro de leitos, fazendo com que o hospital fique “superlotado” na sala vermelha, na observação e demais áreas do pronto-socorro pediátrico. “Por ser um hospital de porta aberta, não recusa atendimento a quem o procura. Como consequência, ocorre a superlotação”, diz trecho.

Segundo o texto, a Secretaria é responsável pela assistência especializada de casos de média e alta complexidade, sendo de competência dos municípios o atendimento de baixa complexidade e básico de saúde. A Pasta informou ainda que, mesmo com todos esses fatores, o hospital tinha em 2018 a meta contratada de 43.560 atendimentos de urgência e emergência e hoje atinge um total de 49.468 atendimentos, 14% acima do estabelecido em contrato.

Nossa equipe de reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e aguarda posicionamento.

Histórico
Em dezembro de 2018, o hospital fechou as portas pela primeira vez por falta de repasse do Governo à Organização Social (OS), o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), pela qual é gerido. Em janeiro de 2019, houve nova possibilidade de fechamento em razão de medicamentos e materiais como luvas e agulhas estarem com estoques baixos, razão pela qual, à época, o Materno não tinha condições de receber pacientes além daqueles já internados. A unidade já havia bloqueado novas internações em obstetrícia e neonatologia em 2017, em razão da superlotação do local.

Confira nota na íntegra

“O Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI) informa que o paciente D.C.S., de 5 anos, deu entrada no hospital às 3h da madrugada do dia 28 de março (quinta-feira). Passou pela Classificação de Risco sendo classificado como ficha amarela. Foi atendido por médico Pediatra e iniciados os procedimentos terapêuticos e diagnósticos. Conforme amplamente divulgado e informado o HMI encontra-se em superlotação constante, e diante desta realidade, criança permaneceu nas cadeiras com a mãe, recebendo o tratamento prescrito e aguardando vaga em leito. Porém, o quadro da criança evoluiu com muita gravidade não respondendo às manobras de ressuscitação na sala de reanimação, e às 13:55 foi constatado óbito. O corpo de D.C.S foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), para investigação da causa da morte”.

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