denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
09/05/2017     nenhum comentário

Com serviço ruim, UPA de Santos deve ser premiada com aditamento

Uma semana depois de a UPA terceirizada ser alvo de questionamentos na imprensa, o governo santista volta a avisar que elevará o valor do repasse mensal para a OS Fundação do ABC.

dia-a-dia-aditamento

Mais uma vez temos a informação de que o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), o mesmo que não concedeu nem mesmo o reajuste inflacionário para o funcionalismo alegando falta de dinheiro, agora deverá elevar o valor do repasse mensal para a UPA terceirizada.

O contrato com a unidade, localizada na Rua Joaquim Távora, na Vila Mathias, completa em setembro dois anos de funcionamento, sem convencer na qualidade do atendimento. De portas abertas a UPA comandada pela Organização Social Fundação do ABC está atuando há um ano e quatro meses.

Foi alvo recentemente de uma reportagem da TV Tribuna pela precariedade nos serviços e pela demora. (Veja aqui também)

Menos de uma semana depois, o secretário municipal de Saúde Fábio Ferraz confirma que uma reunião para tratar do aditamento contratual seria realizada nesta terça-feira (9). A informação foi divulgada na coluna Dia a Dia, do Jornal A Tribuna, que no dia seguinte (10), informou que o encontro foi adiado.

Para justificar o motivo pelo qual vai dar mais dinheiro à empresa que administra a UPA mesmo com os problemas na unidade, a Prefeitura, como sempre, usa o argumento de que os serviços não satisfazem porque há munícipes de fora de Santos lotando a sala de espera. Mas é importante lembrar que esse sempre foi um perfil do atendimento de urgência e emergência em Santos, desde a época do PS Central.

Antes, quando o PS anexo à Santa Casa era a referência, 30% dos pacientes atendidos eram de outras cidades. Hoje, essas pessoas somam cerca de 40%. Os dados são fornecidos em relatórios produzidos pela própria OS à prefeitura, principal interessada em reforçar essa justificativa para jogar uma cortina de fumaça no verdadeiro problema: poucos médicos e poucos funcionários por plantões, conforme os próprios pacientes entrevistados pela TV Tribuna relataram e como também demonstram os comentários dos usuários na página do Ataque aos Cofres Públicos no Facebook.

Além de em número insuficiente, as equipes médicas são formadas essencialmente por recém-formados e residentes.

Ademais, os relatórios da Fundação do ABC não são checados ou auditados por nenhum órgão independente, como o Conselho Municipal de Saúde, por exemplo. A Prefeitura finge que fiscaliza, por meio da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização dos Contratos de Gestão, presidida pelo secretário-adjunto de Saúde, Denis Valejo. Na verdade o que a tal comissão faz é apenas aceitar os relatórios, apresentados nas audiências de prestação de contas, sem qualquer questionamento.

Importante lembrar que os serviços só não estão piores porque a UPA ainda se vale muito da retaguarda que o setor onde ficava o antigo PS Central fornece para a unidade. Como já mostramos aqui no Ataque aos Cofres Públicos, o local, onde atuam apenas servidores municipais, serve de apêndice da UPA. É para lá que vão casos mais complexos. Muitas vezes o SAMU nem passa pela UPA, indo direto para o PS Central, por determinação da própria secretaria.  Na UPA, onde uma OS ficha suja ganha quase R$ 20 milhões por ano, a resolutividade é muito baixa e são poucas as possibilidades de exames.

Além disso, apenas um ortopedista atua por plantão. Quando ele vai almoçar, não fica ninguém em seu lugar, como já mostramos diversas vezes por meio de reclamações dos pacientes.

 

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *