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21/03/2018     nenhum comentário

Bebê morre após cinco idas a PS gerido por OS

Pais estão inconformados e vereador acusa gestora de negligência

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Não é exagero dizer que a terceirização da saúde pública, além de ser mais cara e menos transparente, aumenta os índices de mortalidade entre pacientes.

Na cidade de Penápolis, no interior de São Paulo, a Polícia Civil está investigando a morte de um bebê de apenas um ano, registrada na noite do último domingo (18), no Pronto Socorro municipal da cidade, gerenciado desde janeiro pela Organização Social (OS) Santa Casa de Misericórdia de Birigui.

Um boletim de ocorrência foi registrado como morte suspeita.

Os parentes da criança acusam a unidade de negligência no atendimento e querem que os culpados sejam responsabilizados. Conforme publicou o Jornal Folha da Região, desde terça-feira passada (13), a criança, que sofria de hipotireoidismo, apresentou vômito e febre. Os familiares a levaram cinco vezes na unidade de pronto atendimento.

Nathaly Regina dos Santos, de 21 anos, tia do bebê, conta que, mesmo com o medicamento prescrito pelo profissional, a febre não baixou e, na tarde de sexta-feira (16), por volta das 16h, retornaram à unidade de saúde. “Outro médico nos atendeu e disse que ele estava com dor de garganta. Passou um novo remédio e, assim como o anterior, não pediu exames e deu alta” ressaltou.

Apreensivos por conta da febre que não cedia, quatro horas depois a família levou, pela terceira vez, o menino ao pronto-socorro. Ele estava come com 39ºC de febre. “Deram uma injeção para baixar a febre e, novamente, mandaram para casa”, descreveu a tia do garoto.

No dia seguinte, sábado (17), com o quadro ainda sem melhoras o bebê retornou ao PS, por volta das 14h. Segundo Nathaly, deixaram a criança em observação até às 7h de domingo (18), quando só então pediram exames e raio X. “Porém, o médico disse que não havia nada anormal nos resultados e que isso poderia ser em virtude do nascimento de alguns dentes”.

Mais uma vez deram alta sem qualquer melhora. Algumas horas depois, às 14h30, o bebê passou a ter convulsões. Pela quinta vez a família correu para a unidade. E foi só neste estágio que a equipe sugeriu a transferência para a cidade próxima de Araçatuba. “No entanto, uma das médicas ainda chegou a dizer que não era preciso. A situação foi se agravando e, por volta das 20h30, decidiram de fato encaminhá-lo para Araçatuba. Ele não resistiu e morreu no meio trajeto. Tentaram reanimá-lo, mas não deu”, contou a tia.

Inconsoláveis, os parentes clamam por justiça “Queremos que eles enxerguem o erro que fizeram e que poderia ser alguém da família deles. Não dói neles, dói na gente”, disse à Folha da Região a tia da vítima.

Investigação

Os trâmites para investigar a prática de negligência já foram iniciados pela Delegacia de Defesa da Mulher do Município. A titular da delegacia, Maria Salete Cavestré Tondatto, disse que irá ouvir os familiares, a equipe médica e funcionários da unidade terceirizada. Também solicitará o prontuário médico do menino. “Aguardaremos o resultado do laudo do IML para darmos sequência as investigações”.

Em nota, a Prefeitura informou que o pronto-socorro “realizou todos os exames solicitados pelos médicos que atenderam o paciente, entre eles, exames laboratoriais e de imagem” e que a Secretaria Municipal de Saúde abriu sindicância para apurar o caso. “Lamentamos o ocorrido e prestamos nossas condolências aos familiares e amigos”, disse.

O caso repercutiu na cidade. Na sessão da Câmara da última segunda-feira (19), um dos vereadores falou que das suspeitas de negligência e chamou o caso de “assassinato”. Reclamações sobre a gestão do pronto-socorro pela Santa Casa de Birigui também ecoaram.

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