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02/04/2019     nenhum comentário

Após corte nos salários, terceirizados da Saúde de Goiânia cruzam os braços

Trabalhadores acusam retirada de gratificações, redução de adicional de insalubridade, retirada de plano de saúde, entre outros direitos

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Trabalhadores da organização social Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir) estão mobilizados contra redução salarial, retirada de diversos direitos e sucateamento de unidades de saúde onde prestam serviço.

Ontem os trabalhadores do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), administrado pela OS, fizeram uma paralisação para mostrar a revolta com situação da unidade de saúde. Uma das profissionais filmou o ato e lembrou que alguns profissionais estão de braços cruzados para exigir dignidade.

“A cozinha está parada, o processamento está parado, os maqueiros… Os pacientes vão ficar sem comer, porque reduziram os nossos salários”, narrou.

De acordo com a trabalhadora, foram retirados da folha a assiduidade e o triênio, e diminuíram a insalubridade. “Estamos trabalhando dobrado, o plano de saúde foi retirado de nós, os equipamentos estão sucateados”, denunciou a cinegrafista, que também acusou a retirada da creche das mães. “A maioria, aqui, são mães solteiras que sustentam a casa”, disse.

Cerca de 300 trabalhadores do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo (Crer), outra unidade administrada pela OS Agir, também protestaram na manhã desta segunda-feira (1). As mesmas denúncias e reivindicações deram o tom da manifestação.

As medidas foram classificadas pela OS como necessárias para suportar a revisão dos contratos em função uma crise nas finanças estaduais. Se os cortes se manterem, a estimativa é que os trabalhadores perderão cerca de 30% em seus salários.

O Governo do Estado, por sua vez, lava as mãos. Conforme o Jornal Mais Goiás, por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que está sendo finalizada a revisão do contrato entre a pasta e a Agir com o objetivo de adaptar alguns pontos contratuais, com redução de custos e ampliação das metas de serviços oferecidos na unidade.

Em relação aos cortes de benefícios, a pasta afirmou que a decisão é da própria organização social, sem nenhuma interferência contratual da Secretaria.

Por esses e outros motivos fica cada dia mais claro que terceirização é sinônimo de precarização dos serviços. Além de implicações sobre os cofres públicos, como a falta de transparência e fiscalização no uso de milhões pelas OSs, a qualidade do atendimento é diretamente prejudicada sempre que as empresas se vêem ameaçadas a diminuir as margens de lucro. Nessa hora, arrocho salarial, diminuição do quadro de funcionários e desabastecimento de insumos são os primeiros atos para compensar o cenário de crise, de forma a manter os ganhos econômicos de meia dúzia de diretores de entidades.

Demora no atendimento, procedimentos não realizados por falta de material básico são os primeiros sintomas sentidos pela população. E a coisa sempre piora, até ficar insustentável. Quando a pressão popular aumenta, os governos apenas trocam as OSs, mantendo o mesmo modelo de gestão caro, ineficiente e propício a fraudes e desvios. Muitas vezes as empresas que entram só têm CNPJs diferentes, mas estão ligadas aos mesmo grupos de saqueadores do SUS.

 

 

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