denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
16/10/2017     nenhum comentário

Antigo PS Central vira hospital de guerra enquanto FUABC lucra com caos na UPA terceirizada

O Ataque aos Cofres Públicos esteve dentro do “hospital de pequeno porte”, que mais parece um depósito de doentes

Quanto custa terceirizar a urgência e emergência por meio de uma organização social repleta de irregularidades investigadas em outras cidades? Além dos quase R$ 20 milhões por ano do contrato firmado pela Prefeitura de Santos com a Fundação do ABC, há um custo humano muito maior e impossível de medir monetariamente.

A terceirização levada a cabo pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) custa o sofrimento de centenas de pessoas. Boa parte delas já ficou ou está amontoada num espaço totalmente precário, onde funcionava o PS. O serviço teve suas portas fechadas e foi substituído pela nova UPA terceirizada. Agora está adaptado como uma espécie de depósito de pacientes de média e alta complexidade que a nova unidade não consegue atender.

O projeto privatista deste governo também tem outros custos incalculáveis. Por exemplo a aflição dos familiares de doentes, perante a falta de estrutura, de materiais e medicamentos.

Nessa conta outro custo altíssimo é o enorme desgaste emocional e físico de dezenas de servidores da saúde que trabalham sobrecarregados, sem as mínimas condições para cumprir com suas tarefas no antigo PS. A destruição de um serviço público para desviar dinheiro a uma empresa terceirizadora de mão de obra é outra “fatura” que não se mede financeiramente.

O Ataque aos Cofres Públicos foi até o antigo PS, na última segunda-feira (9), mostrar como trabalham esses servidores que estão adoecendo por irresponsabilidade da atual administração. Nos deparamos com um cenário de hospital de guerra, com improvisações e problemas de todo o tipo. Pacientes que precisam pagar do bolso por coisas básicas como fraldas e ataduras. Acompanhantes são obrigados a trazer de casa objetos como ventiladores, roupa de cama e até cadeiras, entre outros itens.

A situação é mais complexa do que parece. Na UPA terceirizada que veio para ficar no lugar do antigo Pronto Socorro Central sobram queixas, a despeito dos milhões gastos com a empresa gestora. Já no prédio velho onde o PS foi desativado e implantou-se o que a Prefeitura chama de hospital de pequeno porte, multiplicam-se os tipos de carências, exatamente porque falta dinheiro para manter os estoques de insumos e remédios, para a manutenção básica do espaço e para garantir as equipes com número suficiente de profissionais.

Mesmo assim, os pacientes encaminhados para a unidade municipal que fica dentro da Santa Casa garantem ser tratados com mais humanidade pelos servidores que ali atuam do que pelos contratados pela Fundação do ABC, na unidade da Vila Mathias.

A jornalista Márcia Teixeira Braga conta que passou quase três dias na UPA com bolhas nos pés. Os problemas foram agravados depois que estouraram as bolhas e a mandaram para casa sem sequer tomar um antibiótico. A pele grudou e os pés da paciente infeccionaram de um jeito que ela quase perdeu um dos membros.

“Lá na UPA o tratamento é muito ruim. Não dão banho nos pacientes. Não tem nada. Tratam a gente como bicho. Ainda tive que ouvir que não estou em hotel de luxo. Nunca mais quero voltar lá. Passei mal e dei graças a Deus que o SAMU me trouxe para cá (no antigo PS). Aqui faltam as coisas e o prédio é precário, mas eu ainda prefiro. Pelo menos o atendimento dos funcionários é bom. Aliás, eles se desdobram com quase nada para dar conta do recado. Já aquela unidade que recebe milhões não faz nada. O dinheiro teria que ser investido aqui”, desabafou.

Uma funcionária que pede para não ser identificada contou que na unidade municipal as condições de trabalho são caóticas. “Numa equipe que deveria ter seis funcionários em um dos repousos as vezes tem só quatro ou até três. Hoje mesmo está faltando fralda. Mas acontece de faltar remédio. Alguns chegam dois dias depois. Temos que fazer mágica”.

Veja aqui os vídeos que mostram o sucateamento da saúde:

Completo:

Resumido:

 

 

Cenas do antigo PS, que hoje funciona como retaguarda da UPA terceirizada:

Enfermarias mistas, sem privacidade; falta de fraldas

centralsite20

Goteiras; banheiros improvisados ou quebrados, vasos sanitários sem tampas

centralsite22

Problemas no ar condicionado, aparelhos quebrados ou improvisados

centralsite08

centralsite17

centralsite16

centralsite15

centralsite14

centralsite13

Por todo lado há salas com mobiliário quebrado e entulhado; elevador quebrado, espaço servindo de depósito de móveis danificados e sem uso

centralsite03

centralsite12

Teto sem forro, com tubulações aparentes

centralsite11

Mesinhas para pacientes enferrujadas e danificadas; armários para armazenagem de material e objetos de coleta sanguínea quebrados, sem portas ou enferrujados

centralsite10

Camas quebradas e enferrujadas, colchões rasgados, sem condições de uso

centralsite07

centralsite06

Fiação exposta, tomadas destruídas

centralsite05

centralsite04

 

Paciente com suspeita de tuberculose internado em maca no corredor, sem isolamento

centralsite01

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *